É uma final antecipada, diz Ganso sobre duelo com o Corinthians 03/06/2012
- Rafael Reis - Folha de S.Paulo
Em recuperação de uma artroscopia feita no joelho direito há nove dias, o meia Paulo Henrique Ganso planeja voltar a jogar pelo Santos em uma partida especial.
O jogador considera que o confronto com o Corinthians é diferente, mais importante do que uma semifinal de Libertadores normalmente é.
E ele espera estar em campo na segunda partida, marcada para 20 de junho, para tentar ajudar a equipe da Vila Belmiro a brigar pelo quarto título continental e defender seu espaço na seleção.
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Em entrevista à Folha, depois de participar de um evento promocional de polo em Indiatuba (a 98 km de São Paulo), o meia admite que as seguidas contusões que sofre têm prejudicado sua carreira e defende sua escalação ao lado de Oscar no time de Mano Menezes.
Confira a íntegra da entrevista:
Como está a recuperação dessa cirurgia? Está se sentindo bem?
- É bem mais tranquilo que uma cirurgia de seis meses. Desta vez, preciso de uns 25, 27 dias para voltar. E voltar jogando bem.
Tem alguma previsão de data para o retorno aos campos?
- A programação dos médicos e a minha também é para voltar no segundo jogo contra o Corinthians [20 de junho, pela semifinal da Libertadores].
Enfrentar o Corinthians faz desse confronto mais do que uma semifinal da Libertadores?
- É, sim. É uma final antecipada. São dois grandes clubes do Brasil, os dois melhores do país. Ganhamos a Libertadores e fomos campeões do Paulista de novo, e eles venceram o último Brasileiro. É um clássico. Para mim, é diferente. A gente tem que ganhar de qualquer maneira. O torcedor santista não admite perder para o Corinthians.
E seria diferente se fosse, por exemplo, contra o Boca Juniors?
- Perder nunca é bom, mas seria uma situação um pouco menos pior.
Você é um jogador que já teve vários problemas físicos. Como recebeu a notícia de que teria que passar por essa artroscopia?
- Eu já sabia há um tempo que ia ter que fazer essa cirurgia. Mas não podia parar. Estava no meio de uma fase importante da Libertadores. Fazia todo tipo de tratamento para diminuir a dor.
Se optasse por não fazer a cirurgia, teria que ficar quanto tempo sem jogar?
- Na verdade, pelo que eu conversei com o médico, não dava para ficar só no tratamento. A dor era muito forte, não deixaria eu continuar jogando.
Essa grande quantidade de contusões que você já teve tem te prejudicado?
- Atrapalha a carreira de qualquer jogador. É difícil não ter uma sequência de jogos, ter que parar. Retornar é sempre difícil. Mas desta vez eu estou tranquilo, porque foi uma coisa bem simples. Acho que não vai ter problema.
Teme que isso te atrapalhe também na seleção? O Oscar foi muito bem no amistoso contra os Estados Unidos.
- O Oscar fez uma baita partida. Ele foi bem nos dois últimos jogos. O Brasil tem uma seleção forte de idade olímpica e ainda vai surgir mais gente para a Copa de 2014. O Oscar está aproveitando bem a chance dele. E quando eu tiver a minha chance, vou tentar aproveitá-la também. Quem sabe a gente não possa juntar as duas qualidades.
Então você acredita que possa jogar ao lado dele?
- Dá para jogar, sim. Quando você tem muita qualidade, sempre dá para encaixar. Eu jogo um pouco mais centralizado do que ele.
Os problemas físicos também te afastam de uma transferência para o exterior?
- Eles [clubes] ficam com um pouco de receio. Mas tem a minha decisão de continuar no Santos. Já recebi muitas propostas. Mas acho que [diminuíram] mais mesmo pela minha opção de ficar aqui.