Mercado reduz para 2,18% previsão de crescimento do PIB em 2012 25/06/2012
- Alexandro Martello - G1-Brasília
Os economistas dos bancos reduziram outra vez, na última semana, sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, informou nesta segunda-feira (25) o Banco Central, por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus.
Segundo o levantamento do Banco Central, feito com mais de 100 instituições financeiras, a estimativa dos analistas das instituições financeiras para o PIB de 2012 recuou de 2,30% para 2,18%. Esta foi a sétima queda consecutiva da estimativa.
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou de 5% para 4,95%Se confirmado, será o pior resultado desde 2009, quando o país sentia os efeitos da primeira etapa da crise financeira internacional. Naquela ocasião, o PIB registrou retração de 0,6%. Para 2013, a previsão do mercado para o crescimento da economia recuou de 4,25% para 4,20%.
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PIB e medidas de estímulo
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a taxa de crescimento, do primeiro trimestre deste ano, foi de apenas 0,2%. Para todo este ano, a previsão do Ministério da Fazenda é de 4% de expansão. Entretanto, em suas declarações, o ministro Guido Mantega tem se comprometido apenas com um crescimento superior ao ao do ano passado (+2,7%).
Para tentar combater os efeitos da crise financeira internacional, visto que as tensões voltaram a crescer nos últimos meses, o governo tem anunciado uma série de medidas para impulsionar o consumo. Já foi anunciada a redução do IPI para linha branca (fogões, geladeiras e máquinas de lavar) e automóveis, além do corte do IOF sobre os empréstimos para as pessoas físicas e da liberação de depósitos compulsórios para os bancos. O governo também abriu uma linha de crédito de R$ 20 bilhões para os estados fazerem investimentos.
Inflação e juros
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou de 5% para 4,95%. Para 2013, a expectativa caiu de 5,54% para 5,5%. O BC tem avaliado, em documentos e avaliações, que a crise financeira internacional tem viés "desinflacionário". Por isso, vem reduzindo os juros desde agosto do ano passado.
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2012 e 2013, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC busca trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% neste ano, visto que, em 2011, a inflação ficou em 6,5% – no teto do sistema de metas.
Com a economia em desaceleração e a previsão de inflação em queda, os economistas dos bancos acreditam que o Banco Central continuará baixando os juros. No momento, a taxa básica da economia está em 8,5% ao ano - a menor da história. Para o fim de 2012, a previsão do mercado permaneceu em 7,5% ao ano e, para o fim de 2013, continuou estável em 9% ao ano.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2012 ficou estável em R$ 1,95 por dólar. Para o fechamento de 2013, a estimativa permaneceu em R$ 1,90 por dólar.
A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2012 ficou inalterada em US$ 20 bilhões na semana passada. Para 2013, a previsão do mercado para o saldo positivo da balança comercial brasileira permaneceu em US$ 15 bilhões.
Para 2012, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou inalterada em US$ 55 bilhões. Para 2013, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros diretos caiu de US$ 60 bilhões para US$ 59 bilhões.