Bovespa fecha em queda de quase 3% nesta segunda-feira 25/06/2012
- G1 com Reuters
A Bovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (25) em baixa, que foi influenciado pela queda das ações da Petrobras e pela aversão ao risco elevada nos mercados externos.
O Ibovespa fechou em queda de 2,95%, a 53.805 pontos, completando quatro pregões seguidos de desvalorização. Na sexta-feira, o principal índice da bolsa caiu 0,12%, para 55.439 pontos.
A Bovespa acumula perda de 1,26% no mês e de 5,2% no ano.
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As ações da Petrobras fecharam em queda de mais de 8%. Os papéis ON da empresa caíram 8,33% para R$ 18,48. Já as ações PN recuaram 8,95%, para R$ 17,80.
O mercado ainda digere o reajuste do preço dos combustíveis, anunciado na sexta-feira à noite, quando os negócios já estavam encerrados. Na semana passada, as ações da Petrobras acumularam ganhos fortes embaladas pela expectativa de que os preços seriam corrigidos.
Os percentuais anunciados pela empresa vieram abaixo do esperado, o que contribuiu para impor uma correção para baixo. As apostas do mercado eram de que o reajuste ficaria entre 10% e 15% para a gasolina, mas a taxa ficou em 7,83%.
A BMF&Bovespa apresentou durante a tarde problemas no seu sistema de divulgação de cotações. Segundo a bolsa, os negócios ocorreram normalmente, no entanto, pois o envio de cotações para as mesas de operação não foi afetado.
Dólar fecha a segunda em leve alta
O dólar encerrou em leve alta frente ao real na sessão desta segunda-feira (25), com investidores menos otimistas de que a cúpula da União Europeia (UE) desta semana irá produzir medidas significativas para combater a crise da dívida da zona do euro.
A moeda norte-americana encerrou o pregão cotada a R$ 2,066 para a venda, com alta de 0,06%. Na sexta-feira, o dólar tinha fechado com avanço de 0,48%, a R$ 2,0647.
A divisa acumula alta de 2,4% no mês de junhoe de 10,5% no ano.
Segundo analistas, os ganhos da divisa norte-americana eram limitados por expectativas de intervenção do Banco Central no mercado de câmbio.
O porta-voz do governo alemão Steffen Seibert, disse que a União Europeia não deve tomar nenhuma decisão sobre a Grécia na cúpula desta semana, diminuindo as esperanças de Atenas de que o bloco pode aliviar os termos do resgate.
Declarações da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, também feriram o sentimento do investidor, uma vez que a líder da maior economia da zona do euro destacou mais uma vez sua oposição à dívida compartilhada entre os países do bloco monetário, dizendo estar preocupada que haja um foco excessivo sobre isso na cúpula desta semana.
"Essa alta do dólar frente ao real ainda nem deu o ar da graça. As bolsas estão caindo bem e o euro também está mostrando uma queda significativa, e a nossa moeda não está refletindo isso porque há expectativa de que o BC irá entrar", afirmou o especialista em câmbio da Icap Corretora, Italo dos Santos.
Ele acredita que o dólar poderá ampliar os ganhos no decorrer desta sessão caso a autoridade monetária não anuncie um leilão de swap cambial tradicional - operação que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. A última vez que o BC inteveio no mercado, por meio de swap, foi em 11 de junho.
O operador de câmbio da Interbolsa do Brasil, Ovidio Soares, acredita, por sua vez, que a possibilidade de atuação do BC aumenta com o dólar próximo de 2,10 reais, mas que o governo também poderá anunciar nos próximos dias outras medidas via decreto, como fez no dia 14 de junho.
No dia 14, o governo alterou o prazo de incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6% sobre empréstimos externos para até dois anos. O prazo anterior era de até cinco anos.