Bovespa fecha em alta, mas desvaloriza mais de 4% no semestre 29/06/2012
- G1 com Reuters
A Bolsa de Valores de São Paulo encerrou nesta sexta-feira (29) em alta, mas não o suficiente para anular as perdas do ano, que chegam a 4,23% no acumulado do semestre. Após dois pregões de forte queda, puxadas pelo tombo das ações da OGX, do empresário Eike Batista, a Bovespa encerrou a sexta com alta de 3,23%, a 54.354 pontos.
Os papéis da OGX, empresa de Eike subiram 8,9%, segundo dados preliminares. A Bovespa acumula queda de 1,96% na semana e de 0,25% no mês de junho.
"A notícia de um acordo na Europa deu uma trégua aos mercados, mas não salva o semestre", afirmou o gerente de renda variável da H.Commcor, Ariovaldo Santos. "Além das incertezas externas, os resultados corporativos do segundo trimestre no Brasil devem vir ruins. Isso deve trazer mais volatilidade aos mercados e influenciar negativamente a bolsa daqui para a frente."
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Nesta sessão, a notícia de um acordo na Europa para combater a crise na região animava os mercados acionários. Os líderes europeus concordaram nesta sexta-feira em permitir que seu fundo de resgate injete dinheiro diretamente em bancos problemáticos a partir de 2013.
Também foi decidida na cúpula da União Europeia a intervenção nos mercados secundários de dívida para reduzir os custos de financiamento de países em dificuldades, como Espanha e Itália. "Mas essas medidas são paliativas, ainda resta saber o que vai acontecer em termos de crescimento econômico. Os problemas estruturais permanecem", disse Santos.
Dólar fecha com forte queda, mas tem alta de mais de 7,5% no semestre
O dólar fechou em forte queda nesta sexta-feira (29), após a definição de um acordo entre os líderes europeus e leilões do Banco Central, mas acumula valorização de 7,56% no primeiro semestre do ano.
Nesta sexta, a moeda caiu 3,2%, para R$ 2,01, diante da melhora do sentimento no exterior após líderes da zona do euro anunciarem medidas para combater a crise da dívida da região e dos leilões de swap cambial tradicional realizados nos últimos dois dias pelo Banco Central. É a menor cotação desde 8 de junho, quando a moeda fechou a R$ 2,02. Na semana, o dólar caiu 2,66% e no mês de junho, 0,38%.
Também influenciada pelo acordo na cúpula dos líderes europeus, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou a sexta em alta, mas não o suficiente para anular as perdas do ano, que chegam a 4,23% no acumulado do semestre. Após dois pregões de forte queda, puxadas pelo tombo das ações da OGX, do empresário Eike Batista, a Bovespa fechou a sexta com alta de 3,23%, a 54.354 pontos.
"Essa queda é um reflexo das bolsas europeias que abriram muito positivas hoje. Mas os leilões do Banco Central tiveram reflexo automático no mercado. Foram US$ 6 bilhões injetados em apenas dois dias", afirmou o gerente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.
A autoridade monetária vendeu todos os 60 mil contratos no leilão de swap cambial tradicional - operação que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro - desta sexta-feira. Na véspera, o BC também vendeu a mesma quantidade, totalizando um giro financeiro de aproximadamente US$ 6 bilhões nas duas operações.
Segundo Ferreira, isso sinaliza que o mercado estava precisando de liquidez e que os leilões do BC conseguiram suprir essa necessidade, fazendo com que as operações tivessem efeito imediato sobre o câmbio.
Para o estrategista-chefe do banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno, a melhora do sentimento do investidor nas praças internacionais foi o principal motivo para a desvalorização do dólar ante o real. Ele destacou o mesmo movimento em relação a outras divisas, a forte valorização nas bolsas internacionais e a alta dos preços das commodities.