DIA A DIA

CPI deve ouvir Pagot e Cavendish na última semana de agosto
14/08/2012 - Iara Lemos - G1-Brasília

O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), presidente da CPI Mista que investiga as relações entre o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários, divulgou no fim da tarde desta quarta-feira (14) as datas dos depoimentos do dono e ex-presidente da Delta Fernando Cavendish o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot.

Pelo novo calendário, Pagot presta depoimento à comissão no dia 28 de agosto e Cavendish no dia 29. Ainda nesta manhã, o presidente da CPI havia indicado a data do dia 28 para o depoimento de Cavendish. A mudança, segundo Vital do Rêgo, ocorreu devido ao fato de Pagot ter manifestado em entrevistas que conhecia as relações da construtora Delta.

"Adequamos as datas pela conjuntura [...] Decidimos trazer primeiro o Pagot porque ele é o acusador. O acusador fala primeiro", disse o presidente da comissão.


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O pedido para chamar Pagot foi apresentado após declarações de que teria deixado o Dnit, em meio a uma série de denúncias de irregularidades no ano passado, após pressão do grupo de Cachoeira, que defendia interesses da Delta no órgão. Em entrevistas, ele também disse que era procurado por diversos partidos para captar, junto a empreiteiras, doações ilegais para campanhas políticas.

Ainda no dia 28 de agosto, também deve ser ouvido o empresário Adir Assad. Segundo o presidente da CPI, o empresário paulista seria suspeito de relações com o esquema.

Já no dia 29 de agosto, o primeiro a prestar depoimento deve ser Fernando Cavendish. Ele deixou o comando da construtora em meio ao escândalo, após revelação da ligação do dono da Delta Centro-Oeste Cláudio Abreu com o bicheiro. As investigações da Polícia Federal apontam ainda que a construtora repassou dinheiro para empresas de fachada ligadas a Cachoeira, supostamente usado para pagamento de propina e caixa dois em campanhas.

No mesmo dia de Cavendish, a CPI deve ouvir o depoimento de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, estatal rodoviária do governo de São Paulo. Preto teria sido responsável por contratos feitos entre a estatal paulista e a Delta.

Embora os depoentes possam conseguir, junto ao Supremo Tribunal Federal, habeas corpus que garante a eles o direito de permanecerem calados diante da comissão, o presidente da CPI está confiante que os depoimentos possam ajudar nas investigações. "Novos habeas corpus sempre podem acontecer, pois é uma garantia que eles têm, mas espero que eles possam colaborar", disse.

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