DIA A DIA

Banco Central corta taxa de juro pela 9ª vez seguida, a 7,5%
29/08/2012 - Eduardo Cucolo - Agência Estado

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC anunciou na noite desta quarta-feira, 29, o nono corte consecutivo da taxa Selic, dos atuais 8% para 7,5% ao ano. Há um ano, o Banco Central dava início ao mais polêmico ciclo de cortes da taxa básica de juros, que pode acabar em breve. A dúvida agora é se haverá outras reduções da taxa que serve de parâmetro para o preço do dinheiro na economia e para a poupança.

Para a reunião marcada para o início de outubro, a aposta predominante é que a instituição reduza os juros novamente. Nesse caso, o BC pode optar por uma redução para 7,25%, como prevê a maioria dos analistas, ou até chegar a 7%. Em todos os casos, trata-se dos menores níveis da história.

No mercado de juros futuros, por exemplo, os contratos negociados nessa quarta-feira na BM&F Bovespa apontavam para esse caminho. O juro projetado para janeiro de 2013 estava em 7,21%.


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Foco na recuperação da economia

No próximo dia 31, fará exatamente um ano que o BC iniciou o ciclo de corte dos juros que surpreendeu o mercado. Na época, a Selic estava em 12,5%. Apesar do risco de a inflação ultrapassar o limite da meta, a instituição disse na época que a crise internacional iria durar mais que o esperado e jogaria para baixo o crescimento da economia e também os índices de preços.

Desde então, a avaliação dos economistas é que o BC está mais focado na recuperação da atividade do que nos riscos para a inflação, esta última, sua missão oficial. Também é quase unânime o entendimento de que o BC acertou ao se antecipar à desaceleração da atividade.

Consumidor

Até agora, os números da economia geram mais dúvidas do que certezas. O mês de junho apresentou os dados mais positivos desde o início de 2011, mas alguns indicadores de julho mostram que a atividade segue em ritmo lento, e economistas já veem um crescimento abaixo de 2% neste ano.

Um dos principais objetivos do corte da taxa básica é baratear o crédito. Os dados já divulgados mostram que, até agora, os juros caíram mais por causa da política dos bancos públicos de cortarem suas margens do que pela ação do BC.

Outro efeito direto para o consumidor é a rentabilidade menor da nova poupança. Com o juro básico em 8% ao ano, os depósitos feitos a partir de 4 de maio deste ano rendiam 0,4551% ao mês, mais a variação da TR. Os depósitos anteriores a essa data rendem 0,5% mais taxa referencial. Já com a taxa básica a 7,5%, o rendimento mensal da poupança vai para 0,428%.

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