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DIA A DIA

CPFL e Equatorial fazem acordo para compra do grupo Rede Energia
12/10/2012 - O Estado de S.Paulo

Memorando de entendimentos envolve as oito distribuidoras do grupo que estão sob intervenção da Aneel desde o fim de agosto.

Os problemas que levaram a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a intervir em oito das nove distribuidoras de eletricidade do grupo Rede Energia podem estar mais perto de uma solução. A CPFL Energia e a Equatorial Energia assinaram um memorando de entendimentos para um acordo que daria a elas o controle indireto do grupo Rede.

Em fato relevante enviado ontem à noite à Comissão de Valores Mobiliários, a Rede Energia informou que "a efetiva conclusão do negócio está sujeita a condições precedentes, dentre elas a obtenção das devidas aprovações por parte dos órgãos públicos competentes e de determinados credores e investidores; aos resultados de uma auditoria a ser conduzida nas empresas do grupo; à aprovação do plano de recuperação a ser apresentado à Aneel; e à celebração de acordos com credores da Rede Energia e empresas do grupo". Detalhes financeiros do negócio não foram revelados.


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Ontem à tarde, durante o evento de telecomunicações Futurecom, no Rio, o presidente da CPFL, Wilson Pinto Ferreira Júnior, já havia falado do interesse de sua empresa nos ativos da Rede Energia. Segundo ele, CPFL estaria interessada em cinco da oito distribuidoras sob intervenção da Aneel: as quatro distribuidoras do interior paulista - Caiuá, Empresa de Distribuição de Energia Vale Paranapanema (EEVP), Empresa Elétrica Bragantina (EEB) e Companhia Nacional Energética -, além da Empresa Energética de Mato Grosso do Sul (Enersul).

O executivo admitiu, porém, que a CPFL já havia iniciado conversas com outras companhias em preparação para a hipótese de a compra dos ativos ter de ser realizada em consórcio para atender ao objetivo do diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, de que o grupo não seja fatiado, mas vendido como holding.

Indagado se a solução da compra em parceira agradaria, Ferreira disse que isso estava no DNA da companhia que dirige. "A CPFL é um exemplo de parcerias. Na área de geração, tem sócios em todas as usinas, na geração renovável isso é notório. Faz parte do nosso DNA", disse.

Para o executivo, a formação de um consórcio para a compra da Rede Energia fazia sentido, já que a empresa é muito pulverizada, com companhias que vão do Norte ao Sul do País. "Certamente uma parceria com agentes que estejam fazendo isso no Norte e Nordeste faz muito mais sentido para ter uma capacidade de gestão melhor", disse, lembrando que a pulverização e falta de capacidade financeira levaram o grupo Rede à situação atual.

Além das cinco distribuidoras citadas pela CPFL, também estão sob intervenção da Aneel a Cemat, de Mato Grosso, a Celtins, de Tocantins, e a Companhia Força e Luz do Oeste, do Paraná. A única que escapou à intervenção - e que também ficou de fora do acordo anunciado ontem - é a Celpa, do Pará. Em recuperação judicial, a empresa já fechou um acordo em setembro para ser comprada pela própria Equatorial Energia.

Processo

A ação da Aneel nas distribuidoras da Rede Energia foi anunciada no dia 31 de agosto, um dia após a publicação da Medida Provisória 577, que deu mais poderes e instrumentos ao órgão regulador para intervir em empresas com dificuldades financeiras e má prestação de serviço público. O grupo Rede acumulava uma dívida de cerca de R$ 5,7 bilhões.

Nos últimos anos, o grupo vinha encontrando dificuldades para obter financiamentos no mercado e, com a inadimplência, ficou impedido de aplicar reajustes nas tarifas da maioria das distribuidoras. Com dívidas elevadas e sem crédito no mercado, os investimentos na manutenção e expansão da rede foram atingidos, e os índices de qualidade, que medem o tempo e a frequência que os consumidores ficam sem luz, pioraram.

  

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