Álcool e carne puxam agronegócios 20/03/2007
- Gustavo Porto - O Estado de S.Paulo
Em fevereiro, as exportações do setor cresceram 20,7% e no primeiro bimestre do ano, 25,5%
O crescimento acelerado das exportações de álcool combustível, com alta de 105,3% em fevereiro e 145,02% no bimestre, além do reaquecimento das vendas de carnes, após as crises da febre aftosa e da gripe aviária, foram os principais fatores apontados pelo governo para o bom desempenho das exportações do agronegócio no início deste ano.
Em fevereiro, as exportações somaram US$ 3,48 bilhões, com crescimento de 20,7% em relação a fevereiro do ano passado, segundo informou ontem a Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura. No primeiro bimestre deste ano, o setor exportou US$ 7,3 bilhões, 25,5% a mais do que no mesmo período de 2006.
A forte demanda por etanol fez com que o valor das exportações de álcool mais do que dobrasse nesse início de ano. O valor das vendas saltou de US$ 45,6 milhões, em fevereiro de 2006, para US$ 93 milhões no mês passado. No primeiro bimestre, as vendas externas do etanol brasileiro atingiram US$ 251,16 milhões, ante US$ 102,5 milhões entre janeiro e fevereiro do ano passado.
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Se somadas às vendas de açúcar, as exportações do setor sucroalcooleiro aumentaram 41,9% em fevereiro - de US$ 310 milhões para US$ 440 milhões - e atingiram US$ 1,13 bilhão no primeiro bimestre de 2007, com crescimento de 78,4% ante os US$ 635 milhões movimentados no mesmo período do ano passado.
No caso da carne, as exportações somaram US$ 766 milhões em fevereiro, aumentando 36,9% ante igual período de 2006. No acumulado do bimestre, a alta é de 24,5%, com as vendas chegando a US$ 1,48 bilhão. De acordo com o Ministério da Agricultura, a maior contribuição veio da carne bovina in natura, com alta 81,4%. A venda de carne de frango in natura aumentou 15,6% no faturamento e o valor exportado com a carne suína caiu 3,7%.
A febre pelo etanol já se reflete também nas exportações de milho. Ancorado no uso do grão para a produção do combustível nos Estados Unidos, maior produtor mundial, o faturamento com as exportações do produto disparou 351%, se comparados os primeiros bimestres de 2006 e 2007 - saltando de US$ 25,28 milhões para US$ 114,1 milhões. Com isso, a participação do milho no total faturado com as exportações subiu de 0,4% para 1,6%.
De acordo com o Ministério da Agricultura, o superávit da balança comercial do agronegócio foi de US$ 2,87 bilhões em fevereiro. O saldo cresceu 17,36% em relação a fevereiro do ano passado. No bimestre, o superávit atingiu US$ 6,05 bilhões, com alta de 23,8% sobre o mesmo período de 2006.
As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 3,48 bilhões em fevereiro, alta de 20,7% ante igual período de 2006, quando movimentaram US$ 2,88 bilhões. No acumulado dos últimos doze meses, a soma das exportações é de US$ 50,9 bilhões.
As exportações movimentaram, no primeiro bimestre, US$ 7,3 bilhões, alta de 25,5% ante o mesmo período de 2006, quando totalizaram US$ 5,81 bilhões.
Já as importações do agronegócio brasileiro em fevereiro saltaram 39,2% ante igual mês de 2006. As compras brasileiras atingiram US$ 609,6 milhões no mês passado, ante US$ 438 milhões em 2006.
No primeiro bimestre deste ano, as importações foram de US$ 1,24 bilhão, alta de 34,4% ante 2006, quando somaram US$ 927 milhões. As importações totais nos últimos doze meses atingiram US$ 7,01 bilhões.
NÚMEROS
US$ 93 milhões
foi o valor das exportações de álcool no mês passado. No mesmo mês do ano anterior, as vendas somaram US$ 45,6 milhões
US$ 251 milhões
foi o total das vendas externas do etanol brasileiro no primeiro bimestre do ano
US$ 766 milhões
é o valor das exportações de carne em fevereiro, o que representa um aumento de 36,9% em relação a igual período de 2006
US$ 1,48 bilhão
foi o total das vendas de carne no primeiro bimestre do ano
US$ 43,8 bilhões
É o saldo acumulado da balança do agronegócio
nos últimos 12 meses
US$ 2,87 bilhões
é o superávit da balança comercial do agronegócio em fevereiro
US$ 6,05 bilhões
é o superávit da balança comercial do agronegócio no primeiro bimestre do ano