À la Neymar, Neilton marca três e coloca o Santos na final da Copinha 23/01/2013
- Gustavo Serbonchini
Invicto, Peixe derrota o Palmeiras, na Arena Barueri, e tenta segundo título da competição, em sua quarta final, contra o Goiás, na próxima sexta-feira.
Em noite iluminada, à la Neymar, o atacante Neilton, de 18 anos, fez três gols, o último deles com direito a balãozinho dentro da área, e conduziu o Santos à vitória por 3 a 2 sobre o Palmeiras, na Arena Barueri, onten à noite, garantindo a classificação alvinegra para a final da Copa São Paulo de Futebol Júnior.
O adversário da decisão desta sexta-feira, no Pacaembu, será o Goiás, que eliminou o Bahia nos pênaltis – após 1 a 1 no tempo normal, venceu por 3 a 0 nas penalidades.
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Diante de mais de 15 mil torcedores, os times começaram bastante nervosos, tanto em relação às jogadas duras quanto na desorganização em campo. O Peixe, um pouco melhor, abriu o placar no primeiro tempo em cobrança de pênalti e diminuiu as esperanças do Palmeiras logo com um minuto do segundo tempo. Neilton marcou os dois. Edílson, aos 11 da etapa complementar, ainda diminuiu e reacendeu o Verdão. Mas novamente Neilton ampliou para o Alvinegro. Aos 30, João Pedro marcou para o time da capital e deixou a torcida santista tensa, mas nada que pudesse atrapalhar a festa dos Meninos da Vila.
O Santos chega para a decisão invicto. Na fase de grupos, os santistas conquistaram duas vitórias e um empate. Já na segunda fase, o Peixe passou por Náutico (5 a 1). Nas oitavas e quartas de final a equipe se classificou nos pênaltis. Vaga conquistada diante do Grêmio Osasco-SP (1 a 1 no tempo normal e 4 a 3 nos pênaltis) e Audax-SP (novo 1 a 1 e 4 a 3 nas penalidades). Ao todo, a equipe de Claudinei Oliveira foi às redes adversárias por 11 vezes e sofreu apenas cinco gols.
Está é a quarta vez que a equipe da Vila Belmiro chega à decisão. O clube tem um título, conquistado em 1984, e dois vices – em 1982 e 2010.
Nervosismo e Peixe em vantagem
A semifinal entre Palmeiras e Santos começou em exagerado clima de tensão, com os dois times abusando das faltas. Mas o nervosismo que mais chamou atenção foi coletivo. Nenhuma das duas equipes apresentou um esquema tático organizado ou conseguiu construir jogadas conscientes. A maioria dos lances saiu em roubadas de bola ou erro dos adversários.
A pressão exagerada ficou evidente em dois lances do Palmeiras. Vinícius e Edílson, dentro da área, se enrolaram com a bola e perderam jogadas que poderiam levar perigo ao gol defendido por Gabriel Gasparotto.
Com o passar do primeiro tempo, o Santos passou a explorar trocas de passes de primeira em jogadas de velocidade. Em um momento de leve superioridade, o time da Baixada Santista abriu o placar. Neilton foi derrubado por Luiz Gustavo dentro da área, e o árbitro Thiago Luis Scarascati marcou pênalti. O próprio atacante foi para a cobrança e, com direito a corridinha para a bola parecida com a de Neymar, marcou para o Peixe, aos 26 minutos. Na sequência, Narciso sacou o defensor palmeirense para a entrada de Gabriel Dias.
As coisas não mudaram muito após o gol santista. O Palmeiras seguiu errando muitos passes no meio e, assim, não conseguiu criar as jogadas para marcar. Por isso, o Verdinho abusou dos chutes de fora da área que pouco levaram perigo para Gasparotto. Vinícius, destaque da equipe nas últimas partidas, quase não apareceu pela esquerda.
Depois do pênalti, o jogo ficou ainda mais brigado. Os dois times cometeram muitas faltas duras, e ambos os treinadores saíram reclamado da arbitragem.
O Palmeiras voltou para a segunda etapa com a necessidade de crescer na partida para buscar o empate. Mas não teve tempo de se ajeitar em campo quando sofreu o segundo gol. Após jogada dentro da área, Léo Cittadini, um dos destaques do Peixe na campanha, conseguiu passe para Neilton marcar, com menos de dois minutos.
Depois disso, o Verdinho tentou se arrumar em campo. Mas seguiu errando passes e passou a tentar os lançamentos diretos entre a defesa e o ataque. Assim, os zagueiros alvinegros não tiveram dificuldades para levarem vantagem diante dos palmeirenses.
Ainda com dificuldade na criação, o time da capital 'achou' o gol que renovou os ânimos. Após roubada de bola, Chico, pela direita, colocou na cabeça de Edílson. O meia subiu sozinho, testou firme no ângulo e diminuiu aos 11 minutos.
Após o gol, o Palmeiras cresceu na partida. O nervosismo que marcou toda a primeira etapa e o início da segunda deu lugar a um toque de bola envolvente que dificultou a vida dos santistas. Estes, por sua vez, contaram com a cadência de Léo Cittadini para tentar acalmar um pouco a partida, que passou a ficar tensa pelos lados do alvinegro. O Peixe ainda arriscou chutes de fora da área com o próprio meia e com Neilton que levaram perigo para Walter.
Mesmo um pouco atrás, aos 22, o Peixe ampliou o placar com Neilton, mas o árbitro marcou impedimento na jogada. Se um pouco antes ele estava irregular no lance, três minutos depois o atacante marcou para valer, um golaço. Deu um balão no zagueiro dentro da área antes de concluir, ampliando a vantagem para o Santos.
Em um momento que parecia que o Palmeiras não teria mais forças para reagir, João Pedro apareceu dentro da área e, aos 30 minutos, entrou de carrinho para colocar novamente a equipe na disputa pela vaga. Porém, a reação alviverde parou por aí. Melhor para o Santos, ainda mais para Neilton, o novo queridinho entre os Meninos da Vila.