Testes indicam Red Bull à frente dos concorrentes na Fórmula 1 11/02/2013
- LIVIO ORICCHIO - O Estado de S. Paulo
Modelo RB9-Reunalt é apontado como o mais eficiente, apesar de não ter sido o mais veloz nenhum dia.
Pilotos e engenheiros são os primeiros a dizer que os tempos nos testes de pré-temporada têm pouca representatividade. Mas é bem verdade também que depois de cerca de 1.500 quilômetros de treinos no circuito de Jerez de la Frontera, com a mesma gama de pneus distribuída pela Pirelli, durante quatro dias, alguma referência emerge desses ensaios.
Por exemplo: apesar de não ter sido a mais veloz em nenhum dia, a Red Bull, com o RB9-Renault, de Sebastian Vettel e Mark Webber, deu indicações de, mais uma vez, estar um pouco à frente dos concorrentes. “Eles estão melhores”, afirmou ao Estado Niki Lauda, três vezes campeão mundial. “E atrás vejo um bloco com McLaren, Lotus, Ferrari e nós (Mercedes), todos próximos.” Lauda é dirigente da equipe alemã.
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Outro que aponta o carro de Vettel como o mais eficiente nesse início é Gary Anderson, ex-diretor técnico da Jordan, Stewart e Jaguar. “Se você observar os tempos das sequências de voltas verá que Vettel estabeleceu excelentes marcas sem parar nos boxes, ou seja, transportava razoável volume de gasolina.”
Sexta-feira, Vettel registrou 1min18s565 no início de uma dessas breves simulações de corrida com os pneus duros. O mesmo fez Jenson Button, da McLaren, na terça, ao percorrer os 4.428 metros da pista em 1min18s861.
Quem apenas observa os tempos imagina que por Felipe Massa ter ficado em primeiro, com 1min17s879, tempo obtido quinta-feira, a Ferrari dispõe do carro mais veloz. “A Ferrari evoluiu do primeiro para o terceiro dia de testes, como prova meu tempo, quando usei pneus macios”, explicou Massa. Mas reconheceu: “O tempo de Button com pneus duros é incrível”. Vettel melhorou a marca do inglês na sexta-feira.
Jo Ramirez, que trabalhou em equipes como Tyrrell e McLaren, analisou: “Red Bull, McLaren e Lotus estão rápidas e constantes. Ferrari vem a seguir e depois a Mercedes, mas as diferenças são pequenas. Será outro campeonato muito disputado.”
A boa notícia é que os novos pneus da Pirelli devem contribuir para as equipes se aproximarem mais. Paul Hembery, diretor da empresa, disse ao Estado: “Nossos pneus, este ano, têm maior área de contato com o solo. A aderência mecânica aumentou. Carros com menor geração de pressão aerodinâmica tendem a ser mais favorecidos”. Além disso, a degradação dos pneus será mais elevada que em 2012. “E corridas com mais pit stops aumentam as chances de resultados inesperados.” Hembery prevê ainda poucos abandonos este ano.
Antes de o Mundial começar as equipes terão mais duas sessões de treinos: de 19 a 22 e de 28 a 3 de março, ambas em Barcelona.