Pule de dez? Prestígio de Messi na Bola de Ouro é posto à prova em 2013 05/08/2013
- GLOBOESPORTE.COM
Há quem acredite na seguinte tese: enquanto apresentar um futebol de alto nível com a camisa do Barcelona, Lionel Messi não perderá mais o trono de melhor jogador do mundo.
Em 2010, quando não conquistou nem a Liga dos Campeões nem a Copa do Mundo, por exemplo, o craque superou os rivais para levar o prêmio máximo da Fifa pela segunda vez consecutiva.
Mas, com quatro Bolas de Ouro em sua estante, o argentino inicia a temporada 2013/2014 com a concorrência em seu encalço. Seus números continuam ótimos, mas há adversários de peso com fortes argumentos para arrancá-lo do pedestal.
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O GLOBOESPORTE.COM selecionou, incluindo Messi, 15 nomes bem cotados ao título na cerimônia que será realizada provavelmente em janeiro de 2014, na Suíça. E levantou os principais números de cada um até aqui.
Como a parte mais importante do ano para os europeus já está escrita, com a definição dos campeões da temporada 2012/13, dificilmente um novo jogador aparecerá no grupo até a votação, feita por capitães e técnicos de todas as seleções filiadas à Fifa - jornalistas de diversos países também têm direito ao voto.
Um dos mais bem cotados é o principal rival do argentino nos últimos anos: Cristiano Ronaldo. No âmbito coletivo, o atacante do Real Madrid passou a temporada em branco.
Foi eliminado pelo Borussia Dortmund nas semifinais da Liga dos Campeões e ficou com a segunda colocação no Espanhol e Copa do Rei. Honrarias, conseguiu apenas as individuais, com a artilharia isolada da Champions e o fato de ter sido o atleta com mais gols desde o início de 2013 em jogos oficiais: 35 em 33 partidas, além de oito assistências.
Nem mesmo Messi possui tais números. Lesionado nas semifinais contra o Bayern de Munique e na reta final da liga espanhola - competição na qual foi artilheiro e campeão -, o camisa 10 do Barça somou 26 gols em 28 jogos, com as mesmas oito assistências.
Aliás, o "Super Bayern", máquina que conquistou a Tríplice Coroa ao longo da temporada, teve suas estatísticas repartidas por muitas de suas estrelas. Entre o francês Franck Ribéry, o holandês Arjen Robben e os alemães Bastian Schweinsteiger e Thomas Müller, por exemplo, foram 38 gols e 33 assistências.
- Eu acho que fiz tudo o que podia para ser o melhor jogador do mundo. Tive uma temporada muito, muito boa. É agora ou nunca para ganhar esse prêmio. Eu não posso jogar melhor do que isso - disse o meia Ribéry, peça-chave na equipe de Jupp Heynckes, antecessor de Guardiola no comando do Bayern, com sete gols e nove assistências em 2013.
O holandês Arjen Robben, criticado algumas vezes pelo individualismo em campo, pensa diferente do companheiro. Apesar de ter marcado o gol que deu o título da Liga dos Campeões ao Bayern diante do Borussia Dortmund de Robert Lewandowski, ele não se considera um dos candidatos. E tampouco parece se importar.
- Eu não me vejo ganhando a Bola de Ouro. Premiações individuais significam muito menos do que os troféus que você ganha com o time. O Bayern ganhou porque foi uma equipe. Nós não temos um jogador como Lionel Messi ou Cristiano Ronaldo, mas somos fortes no coletivo. É difícil eleger apenas uma estrela nossa. Ninguém no Bayern realmente liga para a Bola de Ouro, até onde sei - afirmou o atacante, que aproveitou a lesão de Toni Kroos para se tornar decisivo nas conquistas bávaras.
Há vida além de Messi, Cristiano Ronaldo e Bayern. Só não há favoritismo. Em tese - é bom deixar claro -, outros nove nomes aparecem como fortes candidatos. Dois brasileiros figuram nesta lista: Thiago Silva e Neymar.
O zagueiro do Paris Saint-Germain, único defensor elogiado quase de forma unânime por colegas e crítica internacional, ocupa o posto pelas ótimas atuações no Campeonato Francês, Liga dos Campeões e na Copa das Confederações.
No caso do atacante do Barcelona, é o torneio no Brasil que o põe entre os fortes candidatos. Neymar superou Iniesta, Paulinho, Fred, Xavi, Balotelli, entre tantos outros, ao brilhar na Copa das Confederações e levar a Bola de Ouro de craque do torneio depois de marcar na decisão sobre a Espanha, no Maracanã.
Um sinal de que, se iniciar a temporada em ritmo acelerado e encantar o planeta em parceria com Lionel Messi, tem chances de aparecer no topo na eleição da Fifa.
Também presentes na Copa das Confederações, os uruguaios Luis Suárez e Edinson Cavani aparecem como postulantes mais pelo que fizeram em seus clubes.
O novo atacante do PSG carregou o Napoli como pôde até o vice-campeonato italiano. Marcou 20 gols, deu quatro assistências e ainda foi o artilheiro da Série A.
Agora, muito provavelmente dividirá as tarefas com o sueco Zlatan Ibrahimovic, goleador máximo do Campeonato Francês, em sua primeira temporada.
Já Suárez fez um pouquinho mais do que deveria, é bem verdade - mordeu o sérvio Ivanovic, do Chelsea, e acabou punido com dez jogos de suspensão. Mas também marcou gols. Foram 20 no ano em 29 jogos - média superior aos 17 gols em 31 partidas do holandês Van Persie, do Manchester United, que terminou o Campeonato Inglês no topo da artilharia.
Melhor desempenho teve o galês Gareth Bale. Capa dos principais jornais europeus nas últimas semanas, o alvo principal do Real Madrid colecionou 18 gols e oito assistências em apenas 24 partidas no ano. O mais perto de título que o meia-atacante chegou foi a até as quartas de final da Liga Europa com o Tottenham, mas suas atuações individuais podem ser suficientes para encantar os jurados na eleição da Fifa.