DIA A DIA

Funcionários do Ibama entram em greve contra mudanças
03/05/2007 - Agência Estado

Os 280 funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama) iniciam amanhã uma greve por tempo indeterminado. A paralisação reivindica um recuo do governo federal em relação à reestruturação do órgão. ¨Em vez de fortalecer o órgão depois de 19 anos de atividade, o governo Lula está destruindo a estrutura¨, destaca um dos coordenadores da greve, o analista ambiental Marcelo Dutra.

A paralisação, que começa no Amazonas, segundo Dutra, deve ser seguida nos próximos dias por outros Estados. Em Brasília, o órgão estuda a greve desde que oito analistas ambientais se recusaram a dar licença ambiental para a Hidrelétrica do Rio Madeira, em Rondônia.

Na semana passada, foi publicada a Medida Provisória que cria uma nova autarquia, o Instituto Chico Mendes, que segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, terá a função de gerir as 288 Unidades de Conservação do País, as de uso sustentável e proteção integral, além de gerir as reservas extrativistas. Ao Ibama caberá fiscalizar os crimes ambientais e autorizar o licenciamento ambiental.


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No entendimento dos analistas ambientais do Ibama essa estratégia do governo federal ¨esconde¨ a intenção de começar a vender terras indígenas. ¨Hoje já se compra terras no Amazonas sem necessidade de passar pelo Congresso, certamente será pior para as terras indígenas¨, afirma Dutra.

Investigação

O Ministério Público Federal investiga a venda de milhões de hectares em cinco municípios (Itacoatiara, Borba, Lábrea, Manicoré e Humaitá) para a mulher do empresário sueco radicado na Inglaterra, Johan Eliasch. Ele é dono da fábrica de artigos esportivos Head, e começou a comprar terras na Amazônia em 2005, em Itacoatiara, uma área de cerca de 1,6 mil quilômetros quadrados.

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