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DIA A DIA

Sem maternidade, há 20 anos não nasce ninguém em cidade do MT
20/09/2013 - Erikson Rezende - Bom Dia Brasil

Quase a metade das cidades de Mato Grosso não tem maternidade. Imagine o risco para as grávidas que estão perto de dar à luz.

Franciele dos Santos Almeida, grávida de sete meses, está preocupada. Para fazer o parto, ela vai ter que viajar 65 quilômetros até Cuiabá, já que não há maternidade em Chapada dos Guimarães.

“Eu tenho medo de dar problema de ter prematuro e eu acabar perdendo meu neném, até mesmo não chegar a tempo no hospital em Cuiabá e ter na estrada”, diz Franciele.


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“As gestantes inicialmente são acompanhadas pelos Programas de Saúde da Família, onde elas fazem o pré-natal. Se estiverem em trabalho de parto, são encaminhadas para Cuiabá”, afirma o prefeito, José de Souza Neves.

A situação de Chapada dos Guimarães não é exceção em Mato Grosso. Segundo a Secretaria de Saúde, 60 dos 141 municípios não têm maternidade. Em Santo Antônio de Leverger, que fica a 30 quilômetros da capital, no único hospital da cidade o centro cirúrgico foi desativado por não atender as normas da Vigilância Sanitária.

Márcia da Silva Moura, que mora na área rural, teve que pegar um táxi para chegar a Cuiabá. “Tem família que não tem condições de pagar um táxi para ir do interior. Seria muito mais fácil se tivesse uma maternidade aqui, um centro cirúrgico”, afirma.

A promessa da prefeitura é reativar o serviço em 2014. “Já temos alguns levantamentos do que é necessário e deveremos estar trabalhando no início do ano que vem para viabilizar o início dessas adequações”, afirma o secretário de Planejamento, Tony Bicudo Paula Souza.

Para o Conselho Regional de Medicina, a falta de maternidade nos pequenos municípios é um exemplo da má gestão da saúde pública. “Falta de visão do gestor e falta de querer fazer, porque se você quiser você pode mudar a saúde com medidas simples”, afirma a presidente do conselho regional, Dalva Alves.

A situação é tão complicada que no município de Barão de Melgaço, no sul do estado, não nasce ninguém há vinte anos. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, parto é serviço de atenção básica, o que é uma atribuição dos municípios.


  

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