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Associação reduz projeção de embarques de carne suína em 2013
11/10/2013 - Agência Estado

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Rui Vargas, informou em coletiva de imprensa, ontem, que a expectativa de vendas externas de 600 mil toneladas de carne suína em 2013 foi revisada para cerca de 550 mil toneladas. Em 2012, os embarques totalizaram aproximadamente 560 mil toneladas.

"Essa revisão se deve à Ucrânia, cujo embargo entre março e maio por conta da detecção da bactéria Listeria prejudicou as exportações do setor no início do ano", declarou Vargas. "Essa projeção pode ser novamente revista com aumento se tivermos os três últimos meses maravilhosos, com embarques de 60 mil toneladas/mês. Mas é muito difícil. Queremos, pelo menos, atingir 50 mil toneladas por mês para chegarmos a 550 mil toneladas para o ano", completou.

Entretanto, o executivo acredita que 2014 será um ano muito bom para as exportações e para o setor como um todo, "com uma estabilidade melhor nos custos de produção, dentre eles, logística e energia".


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O presidente da Abipecs comentou, ainda, que neste ano e em 2014 o setor quer fortalecer as exportações ao Japão. "A Argentina chegou a ocupar 5% das nossas exportações e para o Japão atingir isso é muito fácil. Os contêineres que foram para lá ainda não chegaram a 1% do total das exportações de carne suína nacional", disse. Os embarques no acumulado do ano até setembro foram de 220 toneladas, que geraram uma receita de US$ 768 mil.

Segundo ele, o Japão possui solicitações específicas de cor e cortes de carne suína e a indústria nacional levará um tempo para se adaptar.

"Por volta de março, saberemos o que o mercado representará em 2014 para o Brasil. Se atingirmos as 100 mil toneladas por ano já em 2014 seria maravilhoso. Mas se conseguirmos 30 mil toneladas em 2014 seria ótimo e 60 mil toneladas em 2015 seria melhor ainda", enfatizou.

Vargas disse que Santa Catarina deve exportar 80% da sua produção para o Japão, quando o mercado atingir o seu potencial. Hoje, o Estado representa 18% a 20% da produção da carne suína do Brasil.

Peste suína clássica

Sobre a decisão, pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), de que a peste suína clássica deve ser de reconhecimento internacional a partir de maio de 2015, Vargas informou que não houve questionamento de mercados sobre o assunto.

"Já fizemos reunião no Ministério da Agricultura para debater o assunto e acredito que 2014 será bastante estratégico para esse tema. Queremos que esse tema não seja entrave. Temos programa de erradicação desde 1998 e não tivemos foco desde então. O Brasil tem todas as condições para se declarar livre da doença", falou.

Vendas

As vendas externas de carne suína brasileira em setembro apresentaram queda de 21,56% em termos de receita ante o mesmo mês do ano passado, passando de US$ 157,648 milhões para US$ 123,65 milhões. Em volume, o recuo foi de 23,9%, de 60,442 mil toneladas para 45,996 mil toneladas. O preço médio, porém, aumentou 3,07% na mesma base de comparação, para US$ 2.688 a tonelada.

No acumulado do ano até setembro, as exportações totalizaram US$ 1,013 bilhão, diminuição de 6,88% ante US$ 1,087 bilhão nos nove primeiros meses de 2012. Em volume, o declínio foi de 9,09%, de 428,230 mil toneladas para 389,289 mil toneladas. O preço médio praticado no período subiu 2,43%, para US$ 2.602 a tonelada. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (10) pela Abipecs e consideram, além dos embarques de carne in natura, industrializados e outros cortes.

"Nós tínhamos setembro como um mês bom. Esperávamos embarques de 60 mil toneladas. Mas aí tivemos um menor abate desde maio por conta de um clima mais rigoroso, mais mortalidades de leitões recém-nascidos por conta de diarreia e ainda um custo de produção alto, além de dificuldades de logística nos portos durante uma semana no mês", explicou Rui Vargas. Ele informou que o suinocultor chegou a pagar R$ 30 pela saca de milho e que agora consegue adquiri-la por R$ 20 a saca.


  

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