R10 comanda o Atlético-MG contra o Raja 18/12/2013
- Alexandre Alliatti e Alexandré Lozetti - GLOBOESPORTE.COM
COMPANHEIROS E SÚDITOS, A FORÇA DE UMA TORCIDA. O dito popular serve a Ronaldinho Gaúcho em Marrakesh como poucas vezes se viu no futebol.
Rei, mesmo, ele foi em 2004 e 2005, eleito duas vezes o melhor jogador do mundo. Mas sua majestade se manifesta a cada sorriso que sai da boca de um marroquino ao perguntar sobre sua presença na cidade ou a cada frase de reverência que sai da boca de um companheiro de Atlético-MG.
É na terra do rei Mohammed VI que o rei Ronaldinho 10 comandará seus súditos na mais nobre batalha da história do Galo: tentar conquistar o mundo.
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Nesta quarta-feira, às 17h30m (de Brasília), o primeiro passo, contra o Raja Casablanca, time local, fortalecido por milhares de torcedores que se transformaram num perigo maior até do que os soldados dentro de campo.
Marrakesh está cercada de alusões a Mohammed VI. O estádio que será palco do Mundial tem a foto do rei entre os cartazes com os símbolos das equipes participantes.
Há imagens por todos os lados e uma das avenidas mais suntuosas da cidade leva seu nome. Mas é de Ronaldinho que o povo quer saber desde a chegada da delegação atleticana à cidade. E parece saber da existência do campeonato muito por conta de o craque estar no país.
O reinado de Mohammed não é dos mais tranquilos. O monarca tem uma fortuna estipulada em R$ 5 bilhões e o país em suas mãos.
Livros e reportagens recentes denunciam que ele enriquece à medida que a população se afunda na miséria. Ele também já mandou para a cadeia jornalistas que o acusaram.
Ronaldinho é diferente. Seu reinado no Galo foi imposto por sua história e pelo carisma que todos juram ser impressionante.
Mesmo depois de anos em que seu futebol esteve adormecido, o meia, que virou R10, tal qual o rei marroquino é chamado de M6, colecionou súditos que o reverenciam, literalmente, nos jogos do Independência.
COMPANHEIROS E SÚDITOS
Há súditos do rei atleticano também no time. Desde o fim de setembro, companheiros e torcedores ficaram na expectativa da recuperação da lesão na coxa esquerda sofrida pelo craque.
Bem mais rápida do que a previsão inicial, a recuperação permitiu ao jogador voltar ao time na última rodada do Brasileirão.
Para quem esperava um camisa 10 em outra sintonia, sem ritmo de jogo, a resposta veio com uma bela atuação e dois gols diante do Vitória.
A despedida do Brasileirão aumentou a expectativa até mesmo dos companheiros de Ronaldinho para a participação dele no Mundial.
Só no Marrocos, Réver já disse que Ronaldinho é “o melhor de todos os tempos”, Victor o classificou como “indiscutível” e Diego Tardelli vê nele a chance de equilibrar o apoio das arquibancadas diante do Raja.
- Acho que muita gente de fora vem para ver o Ronaldo, isso vai nos ajudar - afirmou o atacante.
Comandado por Ronaldinho, o Atlético entra em campo nesta quarta com sua força quase máxima. O único desfalque é Richarlyson, que sofreu grave lesão no joelho e nem viajou para o Marrocos.
A FORÇA DE UMA TORCIDA
No adversário do Galo, talvez a torcida seja mais forte que o time. Uma massa apaixonada vai empurrar o Raja Casablanca no jogo desta quarta.
Torcedores e jogadores estão mergulhados em euforia depois das duas vitórias na largada do Mundial. Agora, a missão é chegar à grande final. Seria o maior feito da história do clube.
Contra o Monterrey, o Raja mostrou qualidades e defeitos. Apresentou-se como um time rápido no ataque, com jogadores habilidosos, mas frágil defensivamente.
O Atlético pode tirar proveito dos espaços deixados pelo sistema defensivo entre a zaga e os volantes e também tem caminho aberto em jogadas pelo alto.
O Raja é um misto de otimismo e respeito. Acredita que pode chegar à final, mas oscila entre o desdém, como foi o caso de Vivien Mabide, para quem Ronaldinho hoje é só nome, e a admiração, como a do goleiro Khalid Askri e o meia Kouko Guehi, encantados com a possibilidade de enfrentar o craque brasileiro.
O treinador da equipe, o recém-chegado tunisiano Faouzi Benzarti, tem a oportunidade de repetir a equipe. Mas ele, que está no clube desde o começo do mês, conta sobretudo com a torcida para vencer o Galo.
- É uma vantagem. Quando se tem um público louco, fanático, os jogadores dão o máximo. Deixam de lado o cansaço, o estresse, tudo que é negativo. Futebol sem público não é futebol. Eles nos apoiam sempre, e espero que estejam conosco do primeiro ao último minuto. O Atlético tem suas qualidades, mas nós também temos.
Confira as prováveis escalações:
- Raja Casablanca: Askri, El Hachimi, Oulhaj, Karrouchy e Benlamalen; Erraki, Moutaouali, Chtibi, Hefidi e Guehi; Iajour.
- Atlético-MG: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Lucas Cândido; Pierre, Josué, Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli e Fernandinho; Jô