Mapa confirma investigação de suspeita de caso de vaca louca em MT 25/04/2014
- Vívian Lessa e Leandro J. Nascimento - G1/MT
Um caso suspeito de "mal da vaca louca" (Encefalopatia Espongiforme Bovina) no rebanho bovino de Mato Grosso está sendo investigado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A suspeita foi confirmada ontem e é considerada um caso atípico, já que o animal foi criado exclusivamente em sistema extensivo (a pasto e sal mineral) e abatido em idade avançada, com cerca de 12 anos.
Essas são as principais características de um caso atípico de EEB, pois ocorre de forma esporádica e espontânea, não relacionada à ingestão de alimentos contaminados.
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Os resultados oficiais devem ser divulgados na próxima semana após investigação conduzida nos laboratórios da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Até então, perante a OIE, o Brasil detém o status de risco insignificante para a doença.
O Mapa afirmou que os produtos derivados desse bovino não ingressaram na cadeia de alimentação humana ou animal e o material de risco foi incinerado.
Por precaução, todos os animais contemporâneos ao caso provável foram identificados individualmente e interditados.
Conforme o Ministério, "o bovino analisado foi enviado para abate no dia 19 de março de 2014, em virtude de problemas reprodutivos ocasionados pela idade avançada e sem sintomas de distúrbios neurológicos. Durante a inspeção ante mortem, o fiscal federal agropecuário responsável pela fiscalização no frigorífico observou que havia um 'animal caído', ou seja, em decúbito forçado. Com esse quadro, o animal não foi considerado apto ao abate de rotina, sendo direcionado ao abate de emergência e submetido à colheita de amostras para o teste de EEB".
No setor pecuário mato-grossense a notícia gerou preocupação já que uma possível ocorrência de "mal da vaca loca" pode representar embargos econômicos ao estado e ao país.
Ao Agrodebate, o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, disse ser necessária cautela, aguardando os resultados oficiais. "Temos que esperar os resultados", resumiu.
A fala do dirigente mato-grossense é uma referência a um episódio ocorrido no Paraná, envolvendo a identificaçao de um caso não clássico da doença, em 2010.
Essa situação provocou uma série de embargos comerciais. Desde o registro, pelo menos 12 países decidiram não mais comprar carne bovina brasileira. Posteriormente, o número de compradores aumentou.
De acordo com o governo brasileiro, foram deflagradas atividades imediatas no sentido de realizar investigação epidemiológica a campo e providências para o envio da amostra ao laboratório de referência internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Weybridge, na Inglaterra, para confirmação ou não da suspeita.