Parecer sobre suposto mal da vaca louca deve sair nesta quinta 01/05/2014
- Agencia Estado
O Ministério da Agricultura espera receber nesta quinta-feira, 1º, o parecer da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês), sobre o suposto caso atípico da Encefalopatia Espongiforme Bovina, conhecida como mal da vaca louca, verificado em um animal que estava pronto para abate no frigorífico da JBS-Friboi em São José dos Quatro Marcos, no sudoeste do Mato Grosso.
A identificação do animal doente levou a Agricultura a determinar o abate, no sábado, de outros 49 animais que tiveram contato com o bovino suspeito e estavam estavam confinados separadamente desde 19 de março.
A expectativa do ministério de que o organismo internacional apresente laudo na madrugada desta quinta-feira, em função do fuso horário em relação a Inglaterra, onde o laudo está sendo produzido.
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A Pasta espera que os exames realizados pela rede estatal Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros) sejam confirmados pela OIE, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
A classificação do caso como atípico ocorre porque o animal não desenvolveu a doença da vaca louca nem morreu em função dela. A marcação priônica (falha em partículas de proteínas importantes para o desenvolvimento dos neurônios) se desenvolveu por causa da idade animal - ela ocorre normalmente em bovinos acima de dez anos, em função do envelhecimento das células do animal.
O caso clássico da doença ocorre em rebanhos mais novos, de até 7 anos. Nesses casos, a enfermidade pode ser causada pela alimentação a base de farinha de osso e carne. É proibido alimentar os animais no Brasil com esse tipo de suplemento, o que ajudou o País a conseguir o nível de 'risco insignificante' de doenças sanitárias conferido pela OIE.
Inspeção
O animal, uma vaca nelore de 12 anos, foi encaminhado para o frigorífico pela Fazenda Talismã, localizada no município vizinho de Porto Esperidião, na fronteira com a Bolívia, como informaram ao Broadcast as prefeituras das cidades. O animal estava pronto para abate quando uma equipe de inspeção sanitária do Departamento de Saúde Animal (DSA) do ministério, que fazia
visita de rotina no local, constatou que ele estava caído .
O chamado "decúbito forçado" é o estado do bovino caído, que pode ocorrer tanto em função de fraqueza muscular quanto de deficiência na coordenação motora causada por distúrbios neurológicos da encefalopatia.
"Quando o fiscal sanitário notou que o animal está sonolento, cambaleando, ele o retirou (da linha da abate)", relatou o prefeito de Porto Esperidião, José Roberto de Oliveira, o Zé do PT.
Em nota divulgada ao mercado, a JBS-Friboi afirmou que o "rígido controle exercido em conjunto com o Ministério da Agricultura" impediu que animal suspeito de sofrer de encefalopatia chegasse até os consumidores.
O documento assinado pelo presidente da empresa, Miguel Gularte, disse que o episódio não deve representar qualquer impacto nas exportações brasileiras ou no mercado interno.