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DIA A DIA

Governo diz que vaca louca em gado da JBS é caso isolado
03/05/2014 - G1-SP

O Ministério da Agricultura afirmou ontem à noite que o caso de suspeita de "vaca louca" registrado em Mato Grosso em um animal da produtora global de carnes JBS, dona da marca Friboi, é "isolado e não representa risco algum para a sanidade animal e à saúde pública".

Segundo o governo, as evidências epidemiológicas apontam para um caso atípico de EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina) que ocorre de forma esporádica e espontânea, não relacionada à ingestão de alimentos contaminados.

Em nota, o ministério informou que aguarda para a próxima semana o resultado de tipificidade do caso.


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Na quinta-feira, o laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Weybridge, na Inglaterra, ratificou o resultado do exame realizado pelo Laboratório Nacional Agropecuário de Pernambuco (Lanagro-PE), cujo laudo deu positivo para marcação priônica (presença de príon no sistema nervoso, o agente causador do mal da "vaca louca").

"Um registro de enfermidade não configura risco sanitário, visto que as mitigações em curso são suficientes para evitar a reciclagem e amplificação do agente causador", afirmou o ministério.

A suspeita veio após um fiscal agropecuário encontrar um bovino caído durante fase de inspeção pré-abate. O animal não conseguia ficar de pé, um dos sintomas da doença. Diante do quadro, a vaca foi direcionada ao abate de emergência no dia 19 de março e submetido à colheita de amostras para testes laboratoriais.

Segundo as autoridades, as averiguações indicaram tratar-se de uma vaca de 12 anos de idade, nascida e criada na mesma fazenda, em sistema extensivo de produção a pasto e sal mineral.

"A carne e outros produtos do animal não ingressaram na cadeia alimentar e o material de risco específico foi incinerado no matadouro", destacou o ministério.

Outros 49 animais foram sacrificados
Após o registro, iniciou-se uma investigação em propriedades vizinhas e foram identificados om vínculo de movimentação animal, permitiram identificar 49 animais do “coorte” (nascidos um ano antes e um ano depois do nascimento do caso).

"Esses animais foram examinados, sem constatação de quaisquer alterações clínicas, sendo então sacrificados e completamente destruídos. Amostras de tecido nervoso desses animais foram submetidas ao teste para EEB no Lanagro-PE e resultaram todas negativas no dia 30 de abril", informou o ministério no comunicado divulgado ontem.

No dia 29, a JBS confirmou que o caso foi registrado em uma de suas unidades, mas destacou que "a rígida fiscalização sanitária e a capacidade técnica da equipe impediram que o produto chegasse ao consumidor final, garantindo um total controle sanitário e alimentar".

Segundo o governo federal, não serão adotadas no momeno outras ações em nível de campo, pois "todas as medidas inerentes ao caso já foram tomadas, conforme as recomendações do Código Sanitário de Animais Terrestres da OIE, visando cumprir com os seus dispostos, mantendo assim o Brasil com a melhor classificação mundial sanitária para a EEB, que é de risco insignificante para essa doença."

Sobre a doença

O Ministério da Agricultura divulgou uma nota de esclarecimento para ajudar a população entender o caso e a doença.

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) é uma enfermidade degenerativa não-contagiosa que afeta o sistema nervoso central de bovinos, causada por uma proteína infectante chamada “príon”.

A EBB clássica é transmitida por alimentos contaminados com o príon por terem sido confeccionados com produtos obtidos a partir de animais infectados. É uma doença crônica, cujos sinais clínicos se agravam com o passar do tempo, podendo perdurar por meses. Além disso, a situação clássica apresenta longo período de incubação (tempo entre o momento da infecção e o início da doença), que em média é de 4 a 5 anos.

Já a EEB atípica é causada por príons ligeiramente diferentes da causa clássica. A diferença é relacionada à massa molecular do príon, que pode ser menor (conhecido como L-EEB) ou maior (H-EEB). Ocorre em animais mais velhos acima de 9 anos.

"Trata-se de uma manifestação rara, cuja origem não está totalmente esclarecida. Ainda assim, a teoria mais aceita é que esta apresentação é uma forma espontânea da doença, não sendo relacionada com a ingestão de alimentos contaminados", explica o ministério.


  

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