No primeiro ensaio para Copa, Felipão promete jogo quente 03/06/2014
- Giancarlo Lepiani - Veja.com
À primeira vista, o primeiro amistoso do Brasil antes da estreia na Copa do Mundo não tem muitos ingredientes para atrair o torcedor.
O adversário no jogo desta terça-feira, às 16 horas (de Brasília), no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, é o Panamá, seleção pouco conhecida e que não figura entre as 32 classificadas para o torneio.
O palco do jogo também não está no Mundial -- e, além de ser um estádio ultrapassado, tem um gramado diferente dos que a seleção encontrará na Copa.
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Por fim, fica a impressão de que a equipe fugirá das divididas e fará uma partida morna para minimizar o risco de sofrer contusões.
Nada disso. De acordo com o técnico Luiz Felipe Scolari, o jogo tem tudo para ser atraente, com um rival perigoso, num campo que dificulta a retranca e com uma seleção brasileira jogando para valer, sem medo de entradas mais duras.
Felipão, aliás, promete cobrar muita intensidade do time.
“A exigência é a mesma de todas as outras equipes que já dirigi”, avisou o treinador, descartando pedir aos atletas que se poupem na partida pensando só em evitar as lesões.
Conforme Felipão, é justamente o contrário: quem entra com o pé mole na bola tem risco muito maior de se machucar.
“Temos que jogar de verdade, com seriedade, força e decisão, porque é assim que se faz. Se for diferente, aí sim é que eles vão se machucar.”
No fim de semana, as seleções do México e da Itália perderam jogadores importantes por causa de fraturas sofridas nos amistosos de preparação.
Segundo Felipão, porém, a possibilidade de contusão é maior nos treinos, por exemplo -- ele veio a Goiânia sem um de seus titulares, o volante Paulinho, justamente por causa de uma dividida num coletivo na Granja Comary.
Paulinho será substituído por Ramires no jogo desta terça. Hernanes, a outra opção, não agradou no treino.
Simulação
Além de Paulinho, o capitão Thiago Silva também ficou em Teresópolis para trabalhar a parte física e será substituído por Dante.
O resto do time será o mesmo que conquistou a Copa das Confederações no ano passado.
Felipão, porém, já prometeu mexer bastante na equipe ao longo do amistoso: ele fará as seis alterações a que tem direito.
“Quatro já estão decididas, independente de como estiver o jogo”, revelou na véspera da partida.
Ao falar sobre seu oponente nesta terça, Felipão lembrou que o Panamá fez boa campanha nas Eliminatórias e que será uma boa simulação do jogo contra o México, o segundo rival do Brasil da fase de grupos.
“Os panamenhos foram eliminados no finzinho do último jogo, quase estiveram aqui como seleção classificada à Copa ficando justamente com a vaga dos mexicanos. Têm uma boa equipe. É um jogo que vai dar ao Brasil alguma ideia do que ele enfrentará contra o México.”
Com a experiência de duas Copas do Mundo na bagagem (2002 pelo Brasil e 2006 por Portugal), Felipão procurou encontrar pontos positivos até mesmo nos aspectos menos favoráveis do amistoso.
O campo do Serra Dourada, por exemplo, não servirá para simular as situações que serão encontradas na Copa.
“O gramado daqui é bem diferente, ele segura muito a bola. Pedimos que regassem o campo para dar um pouco mais de velocidade a ela.”
As dimensões também são bastante distintas dos estádios padrão Fifa. Mas até com isso Scolari se diz satisfeito:
“O campo maior é bom. Da forma que deve jogar o Panamá, é melhor para nós”, disse, já prevendo uma retranca ferrenha dos adversários.
Depois do amistoso desta terça, o time volta, em avião fretado, à Granja Comary, onde fica concentrado até a tarde de quinta, quando viaja a São Paulo para o ensaio final antes da Copa (contra a Sérvia, no Morumbi, sexta).