No adeus, Felipão tenta evitar mais um fiasco 12/07/2014
- BERNARDO ITRI, FABIANO MAISSONAVE, MARCEL RIZZO R SÉRGIO RANGEL - FOLHA DE S.PAULO
Luiz Felipe Scolari vai encerrar "a fase atual" do seu trabalho na CBF após o final do jogo contra a Holanda, neste sábado (12), no Mané Garrincha, em Brasília.
O duelo, que definirá o terceiro lugar do torneio, servirá também para evitar outra marca negativa da seleção nacional nesta Copa.
Se os brasileiros forem derrotados no estádio Mané Garrincha, será o pior aproveitamento de pontos do Brasil em 40 anos em Mundiais.
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Apesar do tom de despedida, Felipão não descartou permanecer no cargo depois de uma reunião com os cartolas da entidade nos próximos dias.
"Encerra amanhã [hoje] a primeira etapa do meu trabalho. Depois, vou apresentar meu relatório, e o presidente [José Maria Marin] e Marco Polo [Del Nero, presidente eleito da CBF] vão conversar e veremos o que vai acontecer", disse o treinador, que comandou na terça-feira o time na mais dura derrota da centenária história da seleção brasileira.
No Mineirão, a Alemanha goleou com facilidade os brasileiros, por 7 a 1, pela semifinal da competição.
Na entrevista coletiva de ontem, ele voltou a defender o seu trabalho como bom e disse que não tem que se envergonhar de nada.
Mesmo assim, Felipão disse que ainda não superou o impacto da derrota "catastrófica", como gosta de definir o jogo em Belo Horizonte.
"Vai ser difícil para o resto de nossas vidas. Para mim, para os jogadores e torcedores. Por uns 20 anos vamos conviver com essa derrota."
A seleção ainda corre o risco de encerrar o Mundial organizado no país com uma campanha pífia.
Até agora, o time soma três vitórias, dois empates e uma derrota no Mundial, com 61,1% de aproveitamento.
Uma derrota diante dos holandeses deixaria a seleção com pouco mais da metade dos pontos disputados (52,4%) e igualaria a campanha da equipe nacional na Copa de 1974, na Alemanha.
Na época, o time comandado por Zagallo foi surpreendido pelo "Carrossel Holandês" e ficou fora da final.
"A motivação, pelo menos da minha parte, é a maior possível. Claro que com um objetivo diferente, não é o primeiro lugar em disputa, e sim nossa honra, nossa dignidade", disse o zagueiro Thiago Silva, que voltará ao time depois de ficar de fora da goleada para a Alemanha.
O zagueiro cumpriu suspensão por ter recebido o segundo amarelo no torneio.
Além da volta do capitão, Felipão adiantou que deverá mexer em mais duas ou três posições, mas não anunciou a escalação que usará.