Mercado projeta inflação acima do teto da meta em 2015 22/12/2014
- Veja.com + Estadão + Reuters
O mercado financeiro se despede de 2014 com previsões nada animadoras para o próximo ano, indica pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central.
Economistas consultados pelo BC projetam inflação em 6,54% ao fim de 2015 -- acima, portanto, do teto da meta do governo federal.
Trata-se da primeira vez no ano que analistas elevam a previsão de inflação para além do patamar de 6,5%. Para o fim de 2014, a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi mantida em 6,38%.
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O IPCA-15 (prévia do indicador oficial) acelerou a alta para 0,79% em dezembro, encerrando o ano com aumento de 6,46%.
O BC tem argumentado que o câmbio e os preços administrados continuarão pressionando a inflação, que deverá retornar para o centro da meta apenas no final de 2016.
Analistas reduziram a projeção para o crescimento do país neste ano. A previsão de alta do Produto Interno Bruto está em 0,13% contra projeção do documento anterior de alta de 0,16% e a de um mês atrás, de 0,2%.
A perspectiva dos analistas é de que haverá retomada da atividade no ano que vem, mas com menor força, já que a taxa passou de 0,69% da semana anterior para 0,55% agora.
Quatro semanas antes, porém, a projeção para 2015 estava em 0,8%.
A produção industrial segue como o principal setor responsável pelas previsões para o PIB deste e do ano que vem.
No boletim Focus, a mediana das estimativas do mercado para o setor manufatureiro revela uma expectativa de queda de 2,5% este ano -- idêntica à da semana passada. Há quatro semanas, estava em -2,3%.
Para 2015, o crescimento desse segmento deve ser de 1,02% ante 1,13% do levantamento anterior e de 1,3% de um mês atrás.
Juros
Com a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central marcada para meados do mês que vem, o mercado manteve a estimativa de que a Selic subirá mais 0,75 ponto porcentual até o fim de dezembro de 2015.
De acordo com o Relatório de Mercado Focus, a mediana das previsões para a taxa básica de juros no período seguiu em 12,5%. Há um mês, a previsão central da pesquisa era de uma taxa de 12% ao ano.
Já a Selic média em 2015 foi mantida em 12,47% ao ano, de acordo com o mesmo documento, já bem próximo da taxa efetiva esperada para o fim do ano que vem. Quatro semanas atrás estava em 11,97%.
Dólar
Após a garantia do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que continuará com a ração diária ao mercado por meio de leilões de swap cambial, a mediana das estimativas para o dólar no fim deste ano está em 2,65 reais.
Na semana passada, o ponto central da pesquisa apontava uma cotação de 2,60 reais e, há um mês, de 2,55 reais.