Inflação fecha 2014 muito próxima do limite 09/01/2015
- Veja.com
Por muito pouco a inflação não estourou o teto da meta em 2014. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 6,41% em 12 meses até dezembro, apenas 0,09 ponto porcentual menor do que o limite considerado "aceitável" pelo governo.
A meta oficial é de 4,5%, mas os limites da banda vão de 2,5% (mínimo) a 6,5% (máximo).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa do ano passado é superior à vista em 2013, de 5,91%.
PUBLICIDADE
Apenas em dezembro, o IPCA subiu 0,78%, ficando acima da taxa de 0,51% registrada em novembro. Ela também foi a segunda maior taxa mensal do índice no ano passado todo, superada apenas pela inflação em março, que chegou a 0,92%.
O IPCA-15, considerado o índice prévio da inflação e divulgado há duas semanas, já havia sinalizado que o IPCA cheio poderia ficar bem próximo ao teto da meta, ainda que abaixo dele. O IPCA-15 acumulou alta de 6,46% em 12 meses até dezembro.
O mercado financeiro acredita que o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central vai elevar mais uma vez os juros já na primeira reunião do ano que acontece nos dias 20 e 21 de janeiro. Hoje a Selic está em 11,75%.
O próprio presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou no fim do ano passado que a inflação acumulada em 12 meses tende a permanecer elevada no próximo ano e que o órgão trabalha para fazer com que ela retorne "o mais rápido possível à trajetória de convergência para a meta" até o final de 2016.
"Estou convencido de que a inflação em doze meses iniciará um longo período de declínio -- que no cenário mais provável se inicia no segundo trimestre de 2015 -- e vai culminar com o atingimento da meta".
a inflação no país atingirá seu pico no primeiro trimestre de 2015 e que, só então, deverá iniciar processo de declínio no trimestre seguinte.
Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Tombini repetiu que a inflação acumulada em 12 meses tende a permanecer elevada no próximo ano e que o BC trabalha para fazer com que ela retorne "o mais rápido possível à trajetória de convergência para a meta" até o final de 2016.
Pesos
Os grupos Alimentação e Bebidas e Habitação foram os que mais puxaram os preços do IPCA para cima em 2014. Juntos, foram responsáveis por 51% do IPCA do ano, somando 3,24 pontos porcentuais dos 6,41% do índice cheio.
No caso do primeiro, que suga 24,86% do orçamento das famílias brasileiras, os produtos consumidos em casa subiram 7,10%, enquanto a alimentação fora de casa ficou 9,79% mais cara. Vale destacar que as carnes subiram 22,21% no ano passado.
No grupo Habitação o destaque foi para a energia elétrica. Segundo o IBGE, as contas de luz subiram, em média, 17,06% nas regiões pesquisadas, ante queda de 15,66% em 2013. Em 2014, a variação chegou a 28,76% na região metropolitana de Belém e 28,18% em Vitória.