Anistia Internacional pede que Indonésia não execute brasileiro 16/01/2015
- Agências Internacionais
Fuzilamento de Marco Archer Cardoso Moreira está marcado para domingo. Ele foi condenado à morte em 2004 por tentar entrar no país com 13 kg de cocaína.
A ONG de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional (AI) fez um apelo ontem para que o governo da Indonésia não execute o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte em 2004 por tráfico de drogas.
PUBLICIDADE
A execução por fuzilamento de Marco, que inicialmente estava marcada para amanhã, sábado, foi alterada para este domingo, 18 de janeiro.
Outros cinco condenados -- dois nigerianos, um indonésio, um holandês e um vietnamita -- também devem ser executados.
"A pena de morte é um atentado contra a vida que desumaniza a justiça e brutaliza o Estado. É inaceitável em qualquer circunstância e mais chocante quando aplicada a alguém que não cometeu crime violento", afirmou Atila Roque, diretor-executivo da Anistia Internacional Brasil.
Se a execução for efetivada, será a primeira vez que um brasileiro morre condenado à pena de morte no exterior.
Outro brasileiro, Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, também foi condenado à morte na Indonésia por tráfico de drogas e teve, na semana passada, seu pedido de clemência rejeitado pelo presidente Joko Widodo.
Com isso, não há mais recursos legais que possam impedir a sua execução, que ainda não foi marcada.
Tolerância zero
Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi preso em 2003 ao tentar entrar na Indonésia com mais de 13 quilos de cocaína escondidos em tubos metálicos de uma asa-delta.
O atual governante do país, Joko Widodo, assumiu a presidência em outubro e implantou uma política de tolerância zero para traficantes, prometendo executar os condenados por esse tipo de crime.
Ele tem apoio da população, amplamente favorável à pena de morte.
"Mandamos uma mensagem clara para os membros dos cartéis do narcotráfico. Não há clemência para os traficantes", relatou à imprensa local Muhammad Prasetyo, procurador-geral da Indonésia, sobre as execuções.
A postura do governante indonésio foi criticada pela Anistia Internacional.
“Só 10% dos países recorrem a execuções e a tendência é decrescente desde o fim da II Guerra Mundial. É inaceitável que o governo da Indonésia manipule a vida de dois brasileiros para fins de propaganda de sua política de segurança pública”, diz Roque.