Durou pouco o efeito positivo da ação do Federal Reserve (banco central dos EUA) para tranquilizar os mercados. Investidores estão cautelosos com o noticiário de final de semana, que pode revelar novas empresas às voltas com os problemas do mercado imobiliário americano.

O Ibovespa, o indicador da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), recua 0,26%, aos 47.891 pontos, nesta sexta-feira. O volume financeiro é de R$ 3 milhões.

O dólar comercial é negociado a R$ 2,028 para venda, em baixa de 3,15%. A taxa de risco-país, medida pelo indicador Embi+ (JP Morgan), bate os 209 pontos, um decréscimo de 7,11% sobre a pontuação final de ontem.


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O ¨Fed¨ reduziu os juros da chamada ¨discount rate¨, uma taxa de redesconto utilizada nos empréstimos de ¨emergência¨ da autoridade monetária para socorrer os bancos em meio a crise financeira. Não se trata da taxa básica de juros dos EUA que, a exemplo da ¨Selic¨ brasileira, afeta diretamente o custo dos empréstimos ao consumidor e para as empresas.

Os investidores repercutiram bem, num primeiro momento, mas realmente aguardavam um corte na taxa básica o que, na visão de muitos, seria a saída mais rápida para terminar com a crise financeira que arrasta as Bolsas de Valores há semanas. O Fed tem uma reunião marcada para o início de setembro, mas investidores especulavam se a autoridade monetária poderia convocar um encontro extraordinário, tendo em vista a dimensão da turbulências financeira nos últimos dias.

¨Já se esperava alguma decisão relativa a juros na parte da manhã, o que efetivamente ocorreu. A questão, agora, é que o mercado já notou que o Fed está um pouco resistente a cortar na taxa [básica] de juros. Ele continua muito preocupado com a inflação¨, afirma Ricardo Tadeu Martins, gerente da área de pesquisa da corretora Planner.

¨O que aconteceu pela manhã, das 10h20 até mais ou menos as 11h20, foi uma reação natural do mercado à decisão do Fed. Nós também já vemos uma sensação de que o mercado já caiu demais entre os investidores, principalmente depois dessas últimas baixas¨, acrescenta.

Ontem, a Bovespa chegou a despencar 8% no decorrer do pregão. Somente neste mês, até o pregão de quinta-feira, o Ibovespa, que segue os preços das ações mais negociadas, acumulou perdas de 11%.

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