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DIA A DIA

O NOME DO JOGO
28/02/2015 - Revista Veja

No ranking de fatores que define se as nações vão prosperar ou manter-se no atraso, a credibilidade figura no topo.

É a confiança no futuro e nas instituições que, no fim das contas, faz com que as pessoas firmem contratos, invistam e emprestem dinheiro umas às outras.

O economista americano e prêmio Nobel Douglass North, um dos que se debruçaram sobre o tema, demonstrou que a solidez das instituições é uma variável mais importante para o desenvolvimento de um país do que suas riquezas naturais, seu bom clima ou a fertilidade de seu solo -- e que é a credibilidade que faz a diferença entre o crescimento e o atraso.


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O rebaixamento da nota da Petrobras pela agência de classificação de risco Moody’s, anunciado na semana passada, é sintoma de que o Brasil está realizando uma perigosa inflexão para o pior dos caminhos.

Hoje, aos olhos do mundo, a maior companhia brasileira deixou de ser considerada um investimento seguro para se tornar uma aposta especulativa.

A tendência é que em breve outras casas de avaliação de risco anunciem a mesma conclusão.

Se isso ocorrer, os efeitos para a Petrobras serão nefastos.

Mas, se a queda na confiança alastrar-se por toda a economia, os problemas do Brasil poderão atingir dimensões calamitosas.

Com a nova nota, fecham-se para a Petrobras os portões de um mercado de crédito de 15 trilhões de reais, três quartos do dinheiro disponível no planeta para empréstimos de melhor qualidade -- leia-­se a juros mais baixos e com exigências de garantias mais brandas.

Esse mercado agora se fecha porque a maior parte dos fundos de investimento e de pensão do mundo só pode aplicar seus recursos em títulos de companhias e países que tenham o selo de confiança de pelo menos duas das três grandes agências de risco -- além da Moody’s, as outras são a Standard & Poor’s e a Fitch (que, por ora, mantêm a nota da Petrobras um nível acima do grau especulativo).

Os 5 trilhões que sobram são disputados a cotoveladas por um contingente de companhias e países que, sem escolha, pagam caro pelo dinheiro e são obrigados a oferecer garantias draconianas por ele.


  

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