DIA A DIA

Defesa de José Dirceu pede que ex-ministro seja ouvido na Lava Jato
25/04/2015 - G1-PR

A defesa do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, entrou ontem com um pedido na Justiça Federal para que o político, condenado no processo que apurou o caso que ficou conhecido como mensalão, preste depoimento nas investigações da Operação Lava Jato.

Ele, o irmão Luiz Eduardo de Oliveira e a empresa que pertence aos dois, a JD Assessoria e Consultoria LTDA., são alvos de um inquérito que apura desvios de dinheiro da Petrobras. A oitiva do ex-ministro ainda não foi marcada.

O Ministério Público Federal analisa a contabilidade da empresa de Dirceu, que prestou consultoria a várias companhias investigadas na Lava Jato.


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Conforme os documentos obtidos pelos procuradores, a JD fechou contratos com as empreiteiras Galvão Engenharia, OAS e UTC e também para a Jamp Engenheiros Associados LTDA, que, segundo o MPF, pertence ao lobista Milton Pascowitch, preso na 10ª fase da Lava Jato.

A suspeita é que esses valores sejam fruto de propina.

Os advogados afirmam que partiu de Dirceu o interesse em depor à Justiça Federal no Paraná, onde correm os processos da Lava Jato.

“Ainda, é a presente para comunicar a Vossa Excelência o interesse do peticionário José Dirceu em espontaneamente prestar esclarecimentos perante a autoridade policial e o Ministério Público Federal sobre os fatos apurados no inquérito policial nº 5003917-17.2015.404.7000, tão logo seja deferido a estes subscritores o acesso aos autos, pedido que se reitera neste momento”, diz a defesa.

Os juristas lembram ainda que Dirceu continua cumprindo a pena pelo caso do mensalão e que, por isso, não pode se ausentar de Brasília, onde vive atualmente, sem avisar a Justiça.

O ex-ministro está no regime aberto.

“Por essa razão, caso não seja possível o deslocamento das autoridades que conduzem o inquérito à Capital Federal, para a realização do ato, requer-se seja a oitiva ora requerida designada com razoável antecedência, a fim de que o peticionário possa solicitar, ao juízo da execução, a autorização para se deslocar a Curitiba para este fim”, lembram os advogados.

No documento enviado à Justiça Federal, a defesa de Dirceu alega também que a JD encerrou as atividades e que o imóvel onde funcionava foi colocado à disposição de uma imobiliária, para venda ou aluguel.

“Sendo que a única movimentação existente é o comparecimento eventual de um encarregado para recolher correspondência ou apresentar o imóvel para eventuais interessados”, diz trecho do requerimento.

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