Timão em baixa: oito motivos para entender o momento ruim da equipe 08/05/2015
- GloboEsporte.com
O time mais badalado do Brasil neste primeiro semestre de 2015 parece ter perdido o encanto.
Depois de atuações empolgantes, o Corinthians viu seu rendimento despencar e passou a acumular resultados ruins.
Eliminado do Campeonato Paulista nos pênaltis pelo arquirrival Palmeiras, o Timão precisa de uma vitória por três ou mais gols de diferença contra o Guaraní, do Paraguai, na próxima quarta-feira, em Itaquera, para não dar adeus a seu principal objetivo na temporada, o título da Taça Libertadores.
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Mas o que está acontecendo com a equipe de Tite? Uma oscilação normal? Soberba? Erros individuais?
O GloboEsporte.com lista abaixo uma série de problemas que podem estar sendo determinantes para o Corinthians não jogar como antes e levantar dúvidas até mesmo em sua apaixonada torcida.
Tática manjada
Tite retornou ao Corinthians em dezembro e trouxe como novidade uma nova estratégia.
O Timão começou o ano jogando no esquema 4-1-4-1, mesmo sistema do Real Madrid.
Funcionou muito bem no início, com grande movimentação e ocupação de espaços.
Mas, agora, os adversários parecem ter encontrado um antídoto: forçar a marcação no meio de campo, não deixar Elias ser uma surpresa no ataque e explorar a fragilidade defensiva que a equipe tem nas duas laterais.
Auge precoce
Enquanto seus rivais contratavam jogadores, Tite começou a treinar taticamente logo no primeiro dia da pré-temporada, em 5 de janeiro.
Encaixou o time rapidamente e conseguiu uma grande arrancada partindo da goleada por 4 a 0 sobre o Once Caldas.
O Corinthians, contudo, oscila no momento em que os adversários sobem de produção.
Pior, cai de rendimento justamente quando passou a ter partidas decisivas, como no Campeonato Paulista e na Taça Libertadores.
Erros defensivos
Um dos pontos fortes do trabalho de Tite, a defesa vem falhando seguidamente nas últimas partidas.
Felipe e Gil iniciaram a temporada com ótimas atuações e não deram chances a Edu Dracena, contratado do Santos com status de futuro titular.
Os buracos, porém, apareceram, sobretudo em cruzamentos pelo alto.
Apesar dos repetitivos treinos no CT Joaquim Grava, os erros não foram corrigidos, e a zaga voltou a fracassar no Paraguai, agora com a colaboração do goleiro Cássio.
Poucos dribles
Muito marcado pelos adversários, o Corinthians deveria usar os dribles para abrir espaços.
Na prática, isso não funciona. Emerson está longe de ser o mesmo jogador decisivo do título de 2012 e vem parando em bloqueios que anteriormente furava com certa facilidade.
Seus reservas -- Luciano, Mendoza, Malcom e Romero -- não empolgam.
Os outros titulares do setor ofensivo também não possuem essa característica e fazem com que o Timão sofra para superar rivais bem posicionados na defesa.
Arrogância
Alguns jogadores do Corinthians mostraram em entrevistas que o ego inflado também pode ter influenciado na queda de produção.
Guerrero e Gil são dois exemplos claros.
O peruano chegou a cravar que o Timão já provou ter a melhor equipe do país e que não se importava com a eliminação no Paulistão por querer títulos maiores. No caso, a Libertadores.
O zagueiro disse que o cansaço era o grande adversário alvinegro, colocando o desgaste físico acima dos rivais São Paulo e Palmeiras.
Guerrerodependência
O Corinthians sofre bastante quando seu principal jogador não está em campo.
Isso ficou provado no período em que ele esteve ausente por contrair o vírus da dengue.
O Timão perde a referência ofensiva, não consegue criar e fica prejudicado até mesmo na abertura de espaços nas defesas adversárias.
Ele é também o maior goleador do time no ano, com dez gols em 15 partidas oficiais.
Vagner Love, substituto neste período, teve atuações muito abaixo do esperado e já passou a ser questionado no clube.
Sem reforços
Tite perdeu Lodeiro para o Boca Juniors na pré-temporada e não recebeu uma peça de reposição.
O treinador não esconde que gostaria de contar com mais um meio-campista de criação para fazer sombra a Jadson.
Danilo e Petros possuem características diferentes.
Mergulhado em uma grave crise financeira, o Timão só contratará se alguma grande oportunidade de mercado surgir nos próximos meses.
Atrasos
Ralf, Renato Augusto, Elias, Danilo, Emerson e Guerrero estão sem receber parte de seus vencimentos.
Alguns casos chegam há oito meses de atraso.
Ninguém fala publicamente, mas há um desconforto com a situação.
A diretoria promete pagar, porém, vem adiando o acerto desde fevereiro, quando o presidente Roberto de Andrade assumiu o cargo.
Outro prazo dado pelos dirigentes vence nesta sexta-feira e, provavelmente, não será cumprido, já que o clube não conseguiu até agora a aprovação de empréstimos bancários.