Só Tite pode salvar Sheik no Corinthians; renovação é improvável 19/05/2015
- Carlos A. Ferrari e Diego Ribeiro - GloboEsporte.com
Emerson Sheik vai precisar da ajuda de um de seus maiores defensores nos últimos anos para ter chances de permanecer no Corinthians em 2015.
Pouco propensa a segurá-lo no clube devido aos altos salários e à queda de rendimento neste primeiro semestre, a diretoria do Timão quer ouvir a opinião do técnico Tite para decidir o que fazer com o atacante, vinculado ao clube até o fim de julho.
Com as eliminações no Campeonato Paulista e na Taça Libertadores, Sheik é a primeira vítima do plano corintiano de cortar custos com o departamento de futebol.
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Fazer uma nova oferta com base nos termos atuais está descartado. A ideia é cortar pela metade. O jogador recebe mais de R$ 500 mil mensais, valor considerado excessivo pela direção, sobretudo pelo momento de crise financeira vivida desde o ano passado.
O Corinthians só chamará Emerson para discutir a renovação de contrato se Tite demonstrar interesse em contar com o jogador e convencer o presidente Roberto de Andrade de que ele ainda será bastante útil na disputa do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil.
Uma reunião entre a cúpula do futebol e a comissão técnica será realizada nos próximos dias, provavelmente ainda nesta semana, para decidir o que fazer.
Algumas opiniões estão divididas. Entre os dirigentes, o voto é de não fazer uma oferta de renovação por causa da relação custo-benefício. Na análise, Emerson está em declínio físico e técnico e não tem condições de resgatar o bom futebol de temporadas anteriores por ter atingido os 36 anos.
Além disso, causa problemas em demasia dentro e fora de campo, algo que, enquanto conseguia atuar em alto nível, era tolerado, principalmente por Tite.
Integrantes da comissão técnica até concordam com a baixa produtividade do atacante nas últimas partidas, mas votam a favor da renovação pela falta de opções no elenco.
Mendoza e Malcom são vistos como jogadores em desenvolvimento e, hoje, sem condições de assumir a responsabilidade de um titular do Timão. Outras alternativas no grupo, Luciano, Vagner Love e Romero não fazem a mesma função, de atuar aberto pelo lado esquerdo.
O voto de Tite pode ter peso 2 nas conversas. O treinador sempre deixou claro que gostaria de seguir com o mesmo grupo até o fim da temporada. Mais do que isso, acredita que pode extrair algo a mais de Emerson, como aconteceu em 2012.
O treinador chegou a ignorar atos de indisciplina e, por sorte ou mérito, viu o atacante brilhar nas partidas finais que resultaram no inédito título da Taça Libertadores.
A volta de Sheik ao Corinthians no início de 2015, aliás, teve a ajuda de Tite. Parte da diretoria era contra ao retorno, mas acabou vencida pelo treinador com o argumento de que ele poderia ser importante na disputa da primeira fase da Libertadores, contra o Once Caldas.
Com o temor de o "fantasma" do Tolima reaparecer, os dirigentes aceitaram a volta.
Emerson abriu caminho para a goleada ao marcar logo nos segundos iniciais, diante dos colombianos, mas não conseguiu manter o nível de desempenho.
A situação piorou quando ele recebeu o terceiro cartão amarelo ao simular um pênalti contra a Ponte Preta, ficando fora da semifinal do Paulistão, diante do Palmeiras.
Mais que isso, a expulsão ao aplicar uma rasteira em Rafael Toloi ocasionou em uma suspensão de três partidas, perdendo os dois duelos frente ao Guaraní, pelas oitavas da Libertadores.
Emerson tenta mostrar que está confiante, diz que pretende continuar no Corinthians. O empresário dele também. Resta esperar a decisão de Tite e a negociação. Mesmo que o Timão decida pela permanência, Sheik dificilmente aceitará receber metade dos salários, como planeja a direção alvinegra.
– Estamos muito tranquilos em relação à diretoria do Corinthians e esperamos o melhor desfecho para todos. O Emerson quer ficar e encerrar a carreira no Corinthians. Há o interesse dos dois lados – afirmou o agente Reinaldo Pitta.