Intenção de confinamento de gado deve aumentar 24% em MT 05/06/2015
- G1 MT
A intenção de confinamento de gado em Mato Grosso aumentou 24% para este ano e se confirmada a projeção, os pecuaristas do Estado devem confinar 789,66 mil cabeças, frente às 636,66 mil animais do ano passado.
Os dados foram levantados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) a pedido da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e divulgados nesta semana.
A capacidade estática dos confinamentos de gado também aumentou, alcançando o maior índice dos últimos seis anos com 895,53 mil cabeças -- acréscimo de 6% em relação a capacidade de 2014, que foi de 846,43 mil animais.
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Essa elevação fez com que a capacidade estática ficasse próxima à observada em 2013 (891,43 mil cabeças), a maior registrada até agora.
Segundo a Acrimat, esse aumento da capacidade estática mostra que os confinadores estão otimistas com a atividade, apesar da elevação dos custos.
O gerente de projetos de projetos da Acrimat, Fábio da Silva, explica que, embora os números mostrem uma intenção maior dos produtores em confinar, é preciso fazer as contas para que não tenham prejuízos.
“O confinamento ainda é uma ferramenta estratégia que precisa ser tratada com cautela e profissionalismo”.
Regionalmente, o destaque fica por conta da região Médio-Norte, onde o rebanho confinado deve aumentar mais de 80 mil cabeças em 2015, representando quase 30% do total.
A região Sudeste também deve aumentar seu rebanho confinado, representando o segundo maior volume do Estado, com uma fatia de 22,8% do total.
Apesar da representatividade de apenas 6,9%, a região Norte foi a que mais cresceu em relação ao ano passado, passando de 34,8 mil para 54,3 mil cabeças fechadas, um aumento de 55,9%.
De acordo com o Imea, ao mesmo tempo em que o preço da arroba do boi gordo aumentou 19,1% em um ano, o preço da reposição também aumentou 27,1% no mesmo período, o que impulsionou o custo de produção.
O levantamento aponta que este alto custo de produção, bem como o cenário macroeconômico e político do Brasil, gera ainda muita desconfiança por parte dos investidores.
Segundo os cálculos do Imea, considerando a compra da reposição, os custos aumentaram 28,8% e a representatividade da compra de animais no custo operacional efetivo subiu de 68% para 74,6%.
Já o restante dos custos de produção se manteve praticamente estável, tendo reflexo mínimo no custo da diária (desconsiderando a compra de animais), que aumentou apenas 2,6%, passando de R$ 5,45 para R$ 5,59 por cabeça por dia entre 2014 e 2015.
O levantamento também mostra que, caso os preços futuros se mantenham nos patamares atuais, bem como os custos de produção, a lucratividade não deve alcançar R$ 80 por cabeça.
Isso significa que 2015 tende a ser um ano de altos preços, porém com margens justas, situação bem diferente de 2014.