Comer menos pode ajudar a viver mais. É o que diz um estudo publicado recentemente no periódico científico Cell Metabolis.
No trabalho, os pesquisadores observaram o impacto do chamado "quase jejum" sobre o envelhecimento.
Os resultados mostraram que cortar calorias ocasionalmente melhora a saúde, principalmente em aspectos que tendem a piorar com a idade.
PUBLICIDADE
A dieta fortalece o sistema imunológico, o sistema nervoso, reduzindo, assim, os fatores de risco para várias doenças, incluindo o câncer.
Os participantes se submeteram a ciclos de cinco dias de restrição calórica por mês, durante três meses.
A dieta dos dias de jejum continha entre 34% e 54% das calorias consumidas normalmente. Isso corresponde a cerca de 750 e 1050 calorias diárias.
Tal comportamento alimentar reduziu a quantidade do hormônio de crescimento IGF-1 que, embora seja importante para o desenvolvimento, pode estimular o envelhecimento.
"Muitos podem se benerficiar com essa dieta, não só obesos", disse Valter Longo, principal autor do estudo e diretor do Instituto de Longevidade Universidade do Sul da Califórnia, à revista Time.
Pessoas com glicemia de jejum elevada e um histórico familiar de câncer, por exemplo.
Os autores ressaltam a importância de consultar um médico ou um nutricionista antes de iniciar uma dieta como essa.
A receita de longevidade
Case-se
Casar-se, ou simplesmente ter um companheiro ao longo da vida, pode acrescentar anos à vida de uma pessoa.
Um estudo feito na Universidade Duke, nos Estados Unidos, com 4 800 pessoas descobriu que adultos solteiros correm um maior risco de morte prematura e, portanto, são menos propensos a chegar à terceira idade do que aqueles que vivem com um companheiro.
Na pesquisa, as pessoas que nunca haviam se casado tiveram mais do que o dobro do risco de morrer precocemente do que as que viviam com um parceiro.
Essa chance foi 60% maior entre aquelas que já tinham sido casadas alguma vez na vida.
Beba café, mas com moderação
Ingerir três xícaras de café todos os dias é suficiente para prolongar a vida de pessoas com mais de 50 anos.
Um estudo do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos descobriu que essa quantidade da bebida é capaz de reduzir em 10% o risco de mortalidade em um período de doze anos nesse público.
Além disso, outras pesquisas já associaram o café à proteção contra doenças como câncer de pele e derrame.
Isso não quer dizer, porém, que as pessoas devam exagerar no café: a mesma pesquisa americana encontrou uma relação entre o excesso de cafeína e um maior risco de câncer entre homens.
Saia do sedentarismo
Muitas pesquisas já comprovaram que exercitar-se é um dos caminhos para viver mais.
Um estudo dinamarquês de 2012, por exemplo, concluiu que a corrida leve pode aumentar a longevidade em até seis anos.
Já uma pesquisa americana publicada no mesmo ano mostrou que atividades físicas de lazer, como caminhar ou pedalar no parque, é capaz de acrescentar até 4,5 anos na expectativa de vida de alguém.
Os prejuízos do sedentarismo, no entanto, não são evitados apenas com os exercícios, mas também com a redução do tempo em que uma passa sentada em frente à televisão ou ao computador.
Um estudo feito na Austrália e publicado em 2012 provou que o sedentarismo não só provoca doenças, como encurta a vida.
A pesquisa avaliou 200 000 pessoas acima de 45 anos e descobriu que as que permaneciam sentadas por mais tempo tinham duas vezes mais chance de morrer em um período de três anos do que aquelas que ficavam sentadas por menos tempo ao longo do dia.
Inclua peixe no cardápio
Um estudo da Universidade Harvard descobriu que pessoas com mais de 65 anos que desejam ter uma vida mais longa podem começar por incluir peixe no cardápio com maior frequência.
O alimento, especialmente tipos como a sardinha, o salmão e o atum, é rico ômega-3, nutriente que já foi associado a benefícios à saúde cardiovascular.
A pesquisa americana acompanhou 2 700 pessoas com 65 anos ou mais ao longo de 12 anos e concluiu que aquelas que apresentavam os maiores níveis de ômega-3 no organismo viviam, em média, 2,2 anos a mais do que quem nunca consumia o nutriente.
A recomendação dos pesquisadores é o consumo de no mínimo duas porções por semana de peixes ricos em ômega-3.
Mesmo na velhice, adote um estilo de vida saudável
Muitas pessoas podem pensar que uma maior longevidade se conquista com hábitos saudáveis seguidos ao longo da vida toda, mas uma pesquisa feita na Suécia concluiu que adotar um estilo de vida saudável já na velhice também contribui nesse sentido.
O estudo analisou, ao longo de 18 anos, a sobrevivência de 1 800 idosos com mais de 75 anos e descobriu que não fumar, não beber em excesso e praticar exercícios pode aumentar em até cinco anos a longevidade, mesmo entre aqueles que têm alguma doença crônica.
Consuma nozes todos os dias
Pesquisadores da Universidade Harvard chegaram à conclusão de que pessoas que comem nozes, amêndoas, castanhas, avelãs e outras oleaginosas todos os dias desfrutam de uma melhor qualidade de vida e tendem a viver por mais tempo.
Em um estudo publicado em 2013, eles acompanharam cerca de 120 000 indivíduos ao longo de trinta anos e descobriram que, durante esse tempo, o risco de morrer foi 20% menor entre quem comia mais oleaginosas do que aqueles que nunca as consumiam.
As oleaginosas contêm gorduras saudáveis e são ricas em fibras e proteínas, o que retarda a absorção do alimento e diminui o apetite. Por isso, seu consumo está associado a uma melhor alimentação e controle do peso, fatores benéficos à saúde em geral.
Coma mais vegetais e menos carne vermelha
Um dos segredos da longevidade pode estar em seguir uma conhecida recomendação dos médicos: comer pelo menos cinco porções de frutas e vegetais todos os dias.
Um estudo sueco publicado em 2013 acompanhou mais de 70 000 adultos durante 13 anos e descobriu que quem segue essa recomendação vive, em média, três anos a mais do que quem nunca consome frutas e vegetais.
Além disso, segundo uma pesquisa da universidade americana Loma Linda, o risco de morte dentro de um período de seis anos chega a ser 12% menor entre vegetarianos em comparação com quem come carne.
O consumo de carne vermelha por si só já foi associado a uma chance até 20% mais elevada de mortalidade.
A conclusão faz parte de trabalho da Universidade Harvard publicado em 2012.