Setor de ave e suíno abre espaço para pequenos 01/08/2015
- Mauro Zafalon - Folha de S.Paulo
O setor de proteína animal é um dos que mais se desenvolvem no país. Além de um mercado interno grande, o Brasil ganha espaço no fornecimento externo, principalmente devido a problemas sanitários em outros países.
O importante do setor é que, mesmo com gigantes operando mundialmente, as pequenas empresas também ganham espaço.
Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA (Associação Brasileira da de Proteína Animal), diz que as pequenas atuam em nichos de mercado e são procuradas pela fácil adaptabilidade à demanda dos consumidores internos e dos importadores.
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Turra afirmou no Siavs (Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura), realizado nesta semana em São Paulo, que o setor de aves e de suínos se torna cada vez mais importante para o país.
São responsáveis por 10,5% das exportações brasileiras. Além dessa participação na balança comercial, o setor "promove uma disseminação positiva de renda nos Estados produtores", diz ele.
O uso intensivo de tecnologia proporciona um produto de qualidade e de fácil aceitação pelo mercado externo.
Além disso, o presidente da entidade destaca que a matéria-prima disponível para a alimentação dos animais é um ponto importante.
Ele cita o exemplo da Rússia, que tem dificuldades nesse quesito devido a clima e pouca produção de grãos.
Turra acredita que este seja um momento de avanços para o Brasil. Pelo menos 40 países no setor de aves são afetados pela gripe aviária.
Entre eles, estão os Estados Unidos, maiores produtores mundiais. Os norte-americanos, devido a essa doença, perdem de 8% a 9% do mercado exportador.
Apesar da grande presença brasileira no mercado externo de aves, Turra acredita que o país ainda possa melhorar a presença na Ásia e nos países africanos.
Já no setor de suínos, ele acredita que o país deva olhar mais para a Ásia, inclusive com a abertura da Coreia do Sul, e ampliar a presença na América Latina.
A China, o maior produtor mundial de carne suína, tem sérios problemas de sanidade e perde 10% desse mercado. "Há espaço para o Brasil no país", diz ele.
Mas o Brasil não pode ficar refém apenas do Leste Europeu, afirma Turra. A instabilidade das vendas para essa região coloca em perigo o ritmo das exportações e dificulta o planejamento do produtor brasileiro.
Turra diz que o Brasil está mais maduro e que não se deixa levar mais pelos atrativos temporários de mercado.
Apesar da crise econômica vivida pelo país, o presidente da ABPA diz que as grandes empresas mantêm investimentos no setor. "E investimentos pesados", conclui.