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DIA A DIA

Medina bate Florence em bateria épica; Mineirinho é eliminado no Taiti
18/08/2015 - GloboEsporte.com

John John Florence nasceu em 1992, Gabriel Medina é de 1993.

O mito Kelly Slater já era campeão mundial quando os dois nasceram e jamais poderia imaginar que continuaria na ativa para competir ao lado dos principais surfistas jovens do mundo.

E o futuro do surfe foi colocado à prova ontem com uma bateria épica entre o havaiano (22) e o brasileiro (21) nos tubos de Teahupoo, no Taiti, palco da sétima etapa do Circuito Mundial de Surfe.


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Como era de se esperar, os dois ídolos da nova geração deram um show e elevaram o nível de dificuldade em uma final antecipada, com seis notas superiores a 9.

Melhor para o atual campeão mundial e defensor do título do evento, que dispensou um 9.07 para somar 19.00 (9.27 + 9.73) de 20 possíveis e eliminar John John, com 18.84 (.9.57 + 9.27), avançando para a quarta fase.

- Estava muito animado antes da bateria. O John John é um dos melhores aqui, é um dos meus surfistas prediletos também. Estou amarradão de pegar tubos, as condições estavam incríveis e estou feliz por vencer mais uma bateria. Sabia que seria difícil. E meu pai disse: continue com essa estratégia, esperando as melhores ondas. Ele conseguiu duas notas acima de nove no meio, mas, graças a Deus, peguei aquela onda louca e passei. Estou muito feliz de surfar aqui e me sentindo muito bem. Eu amo essa onda. Ganhei aqui no ano passado e estou em busca de mais uma vitória - disse Gabriel Medina.

Filipe Toledo, Wiggolly Dantas e Italo Ferreira, que eliminou Jadson André, também venceram na terceira fase.

A decepção veio com Adriano de Souza, o Mineirinho.

Líder do ranking, o paulista do Guarujá teve um rival ingrato: Bruno Santos, convidado após o vice nos trials e primeiro brasileiro a sagrar-se campeão no Taiti, em 2008.

Bruninho, freesurfer e avesso às competições, tem a bancada quase como seu quintal de casa, devido à presença frequente no pico.

O atleta de Niterói fez 16.20 a 13.70 e complicou a vida de Adriano, que poderá perder a lycra amarela.

A sorte dele é que Mick Fanning, vice-líder, foi surpreendido pelo espanhol Aritz Aranburu e também foi eliminado.

Na quarta fase, Toledo encara os aussies Kai Otton e Owen Wright, na abertura, enquanto Medina mede forças com Bruno e Italo na sequência.

Wiggolly terá pela frente Aranburu e um adversário a ser definido, na terceira bateria.

Bruninho já havia deixado claro para Mineirinho o quanto ele era perigoso nos tubos de Teahupoo logo na primeira fase, quando o derrotou pela primeira vez e obrigou o líder do CT a lutar pela sobrevivência na repescagem.

Na terceira fase, eles voltaram a se encontrar, e o panorama se manteve.

Após um início equilibrado, Santos pegou um belo tubo (7.33) e passou à frente: 9.10 a 2.77.

Adriano tentou responder na mesma moeda, porém, não conseguiu concluir a manobra.

Endiabrado, o campeão da etapa em 2008 se entocou novamente e arrancou um 8.43 para colocar o paulista em combinação (15.77) a 18 minutos do fim.

Mineirinho pegou um tubaço, arrancou 8.10 dos juízes e passou a buscar um 8.11 para assumir a ponta.

A cinco minutos do fim, o líder se jogou na bancada, mas o 5.60 não foi suficiente para o deixar na frente.

O paulista não desistiu, mas o mar não cooperou. Na onda seguinte, mais uma nota razoável: 5.50.

Enquanto isso, Bruninho reinava absoluto. E ainda substituiu o 7.33 por um 7.77 no fim para chegar a 16.20 e avançar, com tranquilidade, rumo a mais uma vitória.

ESPETÁCULO DA NOVA GERAÇÃO

Uma das baterias mais aguardadas do evento colocou frente à frente dois ídolos da nova geração, com o atual campeão mundial enfrentando o perigoso John John Florence.

Medina foi o primeiro a se lançar nos tubos da temida bancada da Polinésia Francesa.

Com um bom ritmo, o paulista de São Sebastião encontrou o canudo, escapou do caixote e ainda aplicou boas rasgadas, mas os juízes deram apenas 3.33.

O atual campeão mundial começou do jeito que gosta, pressionando o rival e se mantendo ocupado. Ligeiro, ele entubou de novo, arrancou 4.67 e ampliou a vantagem para 8.00.

John John optou por uma postura mais conservadora, esperando uma boa oportunidade, que veio sete minutos após o início da bateria.

O havaiano bem que tentou responder à altura, mas a onda se fechou e ele não encontrou uma saída.

Na sequência, o defensor do título no Taiti pegou um tubaço e desapareceu atrás da parede de água.

No fim, ele ainda levantou voo para comemorar, com estilo, assim como fez na final contra Kelly Slater no ano passado. Ganhou 9.07 e chegou a 15.64.

John John finalmente achou um belo tubo, tirou nota 7.77 e entrou com tudo na briga.

Cria do North Shore da ilha de Oahu, o havaiano passou a buscar um 7.88 para virar.

Enquanto isso, Medina brincava e arrancava aplausos e gritos do público. Era como se estivesse em um playground.

Confortável, o brasileiro encaixou um aéreo e continuou com boas batidas e rasgadas. Com 6.60, ampliou para 15.67.

Mas Florence mostrou que também tem um repertório de encher os olhos. Com muita técnica e equilíbrio, ele brilhou em um aéreo 360º, de costas e sem as mãos: 9.57.

A pontuação de 17.34 o colocou pela primeira vez na liderança e jogou a pressão para o outro lado.

Medina não se intimidou e demonstrou frieza para reverter o resultado.

Cirúrgico, surfou um tubo com perfeição em busca do 9.58 que o colocaria novamente na frente.

Os juízes demoraram a soltar as notas. Para dar sorte ao azar, o brasileiro pegou mais um tubo para garantir e ficou muito profundo.

Na primeira tentativa, um 9.27. John John se manteve ativo e para não marcar bobeira tirou um 9.27 com mais um belo tubo: 18.84.

Medina esperava ansioso para saber a sua pontuação na última onda. Medina queria um 9.58 e, a três minutos do fim, recebeu a 9.73 para assumir a ponta, com 19.00.

Florence ainda arriscou no fim, mas não encontrou saída nos tubos.

Aliviado, Medina soltou um grito de vitória e segue vivo rumo o bicampeonato no Taiti.

Onze vezes campeão mundial, Slater se rendeu ao talento dos dois jovens surfistas e lamentou a necessidade de uma eliminação.

- Eu só precisava de uma desculpa para postar esse registro do #ButtonsKaluhiokalani (meu primeiro surfista favorito). E a bateria clássica que acabou de terminar entre os meus dois surfistas prediletos, John John Florence e Gabriel Medina, deu uma boa. Foi uma das melhores baterias que eu já vi, forte candidata ao prêmio de melhor bateria do ano. Será difícil ter uma disputa igual. Só alguém com o desejo do Gabriel Medina, a sua competitividade e seu talento bruto poderia superar o desempenho do JJF. Muito ruim alguém ter de perder.


  

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