Varejo de higiene e beleza cresce 7,5% no semestre 02/09/2015
- Maria Cristina Frias - Folha de S.Paulo
O valor das vendas do setor de higiene e beleza teve uma alta nominal (sem descontar a inflação) de 7,5% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2014, segundo dados da Nielsen.
A alta é 1,33 ponto percentual superior ao avanço dos preços no período (o IPCA ficou em 6,17%) e um ponto maior do que a média de oito segmentos analisados pela companhia.
O setor só perdeu para produtos de limpeza, perecíveis e bebidas alcoólicas, que registraram alta de 9,4%, 8,5% e 7,6%, respectivamente.
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"Higiene e beleza já vem se destacando há alguns anos. Quando o consumidor opta por fazer cortes nos gastos, mantém os desse segmento, mesmo que seja com itens mais baratos", diz Bruna Fallani, da Nielsen.
A distribuição dos produtos em vários tipos de estabelecimentos, como mercados, farmácias e perfumarias, também favorece o segmento, de acordo com Fallani.
Os super e hipermercados foram os que registraram o maior incremento na comercialização desses itens, com 8,9% nos primeiros seis meses do ano.
Nas farmácias e perfumarias, a alta ficou em 6,8% e 2,4%, respectivamente.
A pesquisa da Nielsen será divulgada em evento da Beauty Fair, que acontece entre os dias 5 e 8 deste mês em São Paulo.
As Ruas Falam
A holding Ceres, que tem empresas de softwares e restaurantes, irá investir US$ 10 milhões (R$ 37 milhões) em negócios de tecnologias para cidades.
Neste ano, ela abriu uma consultoria para prefeituras interessadas em soluções como câmeras que identificam veículos roubados ou iluminação pública que é acionada automaticamente quando escurece.
Estão nos planos uma fábrica de sensores e um escritório em Londres para identificar novidades.
A aposta é em um conceito que o sócio João Carlos Santos Silva chama de cidades inteligentes. Diferentes tecnologias se conectam e auxiliam a gerenciar grandes concentrações de pessoas.
"A ideia é pegar dados e transformar em informações úteis, algo como o [aplicativo] Waze faz."
A empresa firmou contratos com três pequenas cidades. Ela irá instalar equipamentos de wi-fi gratuito e um sistema para coordenar vagas de carros na rua -os espaços poderão ser destinados a idosos em um momento e, mais tarde, liberados a todos.
Joao Carlos Santos Silva, dono do Grupo Ceres, conglomerado de empresas de porte medio, vai investir US$ 10 milhoes nos proximos anos em tecnologias para cidades; softwares e sensores para que cameras detectem placas de carros ou então tecnologia para que uma vaga de estacionamento possa ser destinada a idosos em um momento e a todos em outra hora.
Cartão para Viagem
Os financiamentos de viagens para pessoas físicas na Caixa Econômica Federal cresceram 10,2% em 2014, em relação ao ano anterior, e chegaram a R$ 270,3 milhões.
O resultado positivo se deve ao movimento em razão da Copa do Mundo, de acordo com o ministro do Turismo, Henrique Alves.
"A Olimpíada e o dólar elevado devem contribuir para alavancar o turismo nacional neste ano e no próximo."
O Banco do Brasil, por sua vez, movimentou R$ 1,14 milhão em 2014, com gasto per capita de R$ 3.422.
O montante teve uma redução de 17,4% em comparação com 2013, quando foi desembolsado R$ 1,38 milhão.
As linhas de crédito para o setor são desenvolvidas pelos bancos públicos em parceria com o Ministério do Turismo. Foram 206 milhões de viagens domésticas realizadas no país em 2014.
Quartos para o pós-crise
O grupo Tauá, de Minas Gerais, vai investir cerca de R$ 60 milhões em dois novos hotéis e na ampliação de um resort já em operação.
Parte dos recursos será usada na expansão da unidade existente em Atibaia (SP), que terá o número de apartamentos elevado dos atuais 340 para 720, além de mais áreas de recreação e eventos.
A empresa também construirá um hotel econômico voltado ao público corporativo no mesmo município e outro de lazer na região de Brasília. Os recursos sairão de caixa próprio, segundo a diretora Lizete Ribeiro, da família fundadora da rede.
"Sentimos a crise, mas essa situação não vai durar para sempre. Estamos capitalizados e são investimentos para o longo prazo", diz.
Dos três complexos que têm hoje, o grupo observou uma retração maior na unidade localizada na região de Belo Horizonte, mais dependente do turismo de negócios.