Mortes no trânsito são provocadas por três fatores: homem, máquina ou condições da estrada. O primeiro, além de ser o que mais mata, é teoricamente o mais fácil de corrigir, mas anos de campanha contra o uso de álcool e de drogas conjugado à direção infelizmente provam que não é bem assim. Mesmo em países onde a fiscalização funciona sempre há um imbecil que bebe e dirige. Para impedir qualquer possibilidade de que isso aconteça, as montadoras estão partindo para o recurso mais extremo: impedir o motorista até de ligar o carro se estiver bêbado. E essa tecnologia não deve demorar a chegar ao mercado, como a Nissan prova com um de seus carros de teste de segurança.

O modelo usado para testar a tecnologia, ironicamente, se chama Fuga. Nele foram instalados diversos dispositivos que alertam pessoas que tenham ingerido álcool sobre eventuais barbeiragens e até as impedem de dirigir. Veja abaixo quais são os recursos que o carro possui:

1 – Sensores de odor de álcool: quando alguém ingere bebidas alcoólicas, não tem jeito: o organismo se livra do veneno de todas as formas que consegue encontrar. Uma delas é pelo suor. Logo, quem bebe exala um cheiro característico (desagradável, por sinal), por menores que tenham sido as quantidades. Pois o Nissan Fuga tem sensores de odor na alavanca de câmbio e nos bancos do motorista e do passageiro dianteiro. Se detectarem a presença de álcool no ar da cabine, o sistema de som do carro alerta o motorista sobre o perigo de dirigir assim. Se os níveis de álcool estiverem acima dos permitidos, a alavanca do câmbio automático trava, impedindo o carro de sair do lugar e, quem sabe, prevenindo algumas mortes.


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2 – Sistema de reconhecimento facial: uma câmera, montada no painel de instrumentos do veículo, analisa o estado de consciência do motorista por meio do movimento dos olhos e das piscadas. Se detectar sinais de tontura, sono ou desatenção, um alerta sonoro e um visual, por meio do sistema de navegação do carro, são emitidos. Se isso não adiantar, um mecanismo aperta o cinto forte para chamar a atenção do motorista.

3 – Comportamento de condução: sensores visuais, que analisam constantemente como o carro está sendo dirigido (ao verificar se ele fica dentro da faixa, por exemplo), identificam se o motorista está distraído ou bêbado, mesmo. Se for este o caso, de novo ele emite sinais sonoros e visuais e, se não forem suficientes, aperta o cinto do motorista para que ele perceba a grande burrada que fez ao achar que podia dirigir.

Bom seria que, além destes sistemas, os automóveis incorporassem algo que avisasse a polícia sobre motoristas embriagados. Não seria nada mal que, além de impedi-los de dirigir, os carros também ajudassem a, literalmente, tirá-los de circulação, especialmente no Brasil, onde, apesar de ser um crime de trânsito, dirigir embriagado ainda é uma atitude relevada por policiais. Especialmente os corruptos, que aceitam uma “cervejinha” para “aliviar”.

Segundo a Nissan, essa pesquisa visa, por ora, mostrar que a tecnologia é viável e que pode ser empregada nos automóveis, até a curto prazo. Basta que essa, como tantas outras questões, se torne prioritária. Em se tratando de vidas, vale perguntar por que isso ainda não aconteceu.

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