Dólar opera em alta e volta a bater R$ 4,00 28/09/2015
- Veja.com
Após uma semana de altos e baixos, o dólar abriu em alta nesta segunda-feira, voltando ao patamar de 4 reais.
Por volta das 11:30/MT, a moeda americana subia a 1,11%, sendo negociada a 4,02 reais.
Os investidores ainda estão apreensivos com os desdobramentos da crise política e econômica do país.
PUBLICIDADE
Para esta semana, está previsto a votação do veto da presidente Dilma Rousseff ao reajuste dos servidores do judiciário e o anúncio da reforma ministerial.
O mercado também "testa" o Banco Central para ver até onde a instituição está disposta a ir para estancar a valorização da divisa americana.
No exterior, mais um dado fraco da economia chinesa provocava um movimento de aversão ao risco nos mercados e elevava a demanda pelos Treasuries (títulos públicos americanos), fazendo o preço desses papeis subirem.
O lucro das maiores empresas do setor industrial da China teve retração de 8,8% em agosto ante igual mês do ano passado.
Na semana passada, a divisa chegou a disparar para mais de 4,20 reais com o temor crescente de que o país sofresse um novo rebaixamento da nota de crédito e a inabilidade do governo de conseguir emplacar no Congresso medidas para reequilibrar as contas públicas.
A forte valorização só foi contida após o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dizer que "todos os instrumentos estão à disposição do BC".
A declaração foi bem recebida pelo mercado, que traduziu a frase como um recado de que o governo não medirá esforços para usar as suas reservas internacionais para intervir no câmbio.
O BC também fez leilões de linha e de swaps cambiais nos dois últimos pregões.
Como resultado, a moeda caiu na quinta e na sexta, encerrando a semana a 3,97 reais, com um avanço de 0,44%.
No último sábado, a presidente Dilma Rousseff falou sobre o salto do dólar, em Nova York, dizendo estar "extremamente preocupada" com a dívida contraída por empresas brasileiras em moeda americana.
Mas também aproveitou a ocasião para passar uma mensagem de tranquilidade ao mercado: "O Brasil tem reservas suficientes".
"De um lado, há a leitura de que a fala de Dilma coloca em sintonia o Planalto com o BC e o Tesouro Nacional. De outro, o discurso da presidente poderá abrir a possibilidade de o mercado testar o BC, uma vez que os investidores especulariam qual o ponto em que a autoridade monetária iniciaria o uso das reservas", disse o operador de uma corretora nacional.
Até agora, o BC anunciou para esta sessão apenas o tradicional leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.