Em reunião, Aidar descarta renúncia e promete organizar novo São Paulo 09/10/2015
- Marcelo Hazan, Martin Fernandez e Tossiro Neto - GloboEsporte.com
Carlos Miguel Aidar descartou renunciar ao cargo de presidente do São Paulo, em reunião com membros do Conselho Consultivo, na tarde de ontem.
O mandatário fez uma explanação, na qual prometeu organizar um "novo São Paulo", sob a fiscalização dos cardeais do clube.
O e-mail repleto de acusações de Ataíde Gil Guerreiro ao presidente não foi debatido, pois os participantes do encontro não tinham conhecimento do seu conteúdo.
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Enfraquecido politicamente, Aidar perguntou durante o encontro se os ex-presidentes tinham alguém para indicar à diretoria, destituída por conta da demissão coletiva após a queda de Ataíde.
Ninguém foi indicado nem aceitou ocupar cargos na nova direção do presidente.
Ainda assim, o mandatário ganhou fôlego para tentar articular contra a pressão pela sua saída.
– Vamos acompanhar os passos dele para ver se ele consegue fazer o que pretende. Ele tem liberdade total para agir, sem nossa influência. As deliberações são exclusivas dele. Vamos torcer para que seja bem sucedido – disse Ives Gandra, cardeal que recebeu os pares e Aidar em seu escritório de advocacia, ao GloboEsporte.com.
O conselheiro preferiu não comentar as acusações feitas por Ataíde em e-mail no qual diz ter provas de desvio de dinheiro de Aidar.
– Formamos um Conselho Consultivo, que ouve e dá sugestões, orientações. Isso (acusação) cabe ao Conselho Deliberativo – esquivou-se, ao ser informado de que a imprensa teve acesso ao conteúdo da mensagem enquanto ocorria a reunião.
– Ele (Aidar) está entusiasmado, acredita que pode reerguer o São Paulo com uma nova diretoria. Ele está confiante e otimista – disse José Eduardo Mesquita Pimenta, presidente do Conselho Consultivo.
Esse foi o segundo encontro do Conselho Consultivo em dois dias, o primeiro com a presença de Aidar, que estava em Brasília na quarta-feira.
Ontem, além do mandatário do clube e de Gandra, participaram outros sete dos 14 integrantes do órgão: os conselheiros José Eduardo Mesquita Pimenta (presidente), José Douglas Dallora, Milton José Neves, José Augusto Bastos Neto, Affonso Renato Meira, José Carlos Ferreira Alves e o consultor Paulo de Barros Carvalho.
Ao longo da conversa, que durou pouco menos de duas horas, ficou definido que Aidar terá autonomia total para indicar os novos membros de sua diretoria, a qual se esvaziou com a debandada de dirigentes na terça-feira, depois da demissão de Ataíde Gil Guerreiro.
O presidente terá ajuda de Paulo Ricardo de Oliveira, CEO (Chief executive officer) contratado para substituir o demitido Alexandre Bourgeois.
– Ele nos prometeu reorganizar tudo, escolher novos diretores. Não sabemos quem ele vai escolher. Vamos aguardar como isso vai evoluir. Daremos toda a cobertura naquilo que estivermos de acordo. Não avalizamos nada por ora. Vamos acompanhar sua gestão de perto – destacou Gandra.
Apesar do fôlego ganho no encontro com os demais membros do "órgão responsável pela manutenção das tradições éticas, filosóficas e históricas do clube" (como se define o Conselho Consultivo), Aidar ainda enfrenta muita pressão por parte da oposição, que se articula na tentativa de conseguir seu impeachment.
Em rápido contato com a reportagem, Aidar disse que não viu o e-mail de Ataíde com as acusações e que não pensa em renunciar.