Números opõem Renato Augusto e Jadson na disputa por Craque do Ano 20/10/2015
- Espião Estatístico - G1
Nas notas dos jornalistas que determinam o vencedor do Troféu Armando Nogueira, vai dando Renato Augusto.
Ele lidera a premiação com média 7,06, com Jadson apertando seus calcanhares na segunda colocação com 6,83.
Passadas 31 rodadas, a vantagem de Renato Augusto é de 0,23 ponto. Se Jadson brilhou na quarta-feira, Renato Augusto sobrou em campo no domingo para reacender a única dúvida que parece persistir em relação a esse Corinthians, que, com 21 pontos em disputa, abriu oito de vantagem para o vice-líder Atlético-MG.
PUBLICIDADE
Em três das últimas quatro rodadas, Renato Augusto e Jadson foram considerados o craque.
Renato Augusto teve a maior nota de todas em duas rodadas e esteve presente cinco vezes na seleção dos melhores da rodada do Armandão -- contra Internacional (em casa), Vasco (c), Grêmio (c), Figueirense (fora de casa) e Atlético-PR (f).
Nas duas últimas, recebeu a maior nota da rodada.
Jadson só foi escolhido como o melhor da rodada uma vez, no jogo em casa contra o Goiás, mas esteve presente mais seis seleções do Troféu Armando Nogueira -- contra Ponte Preta (c), Atlético-PR (c), Sport (c), Cruzeiro (c), Santos (c), Figueirense (f).
ESTATÍSTICAS
Quando se olham os números, a vantagem muda de lado, embora haja estatística indicando que talvez o campeonato deste ano merecesse ter a dupla dinâmica corintiana dividindo o prêmio de craque do Brasileirão em vez de escolher apenas um deles.
Eles formam, entre todos os jogadores da competição, o par que mais vezes colaborou um com o outro para que fosse feita uma finalização em gol: houve 23 finalizações com um colocando a bola para o outro tentar o gol.
Em dois desses lances, conseguiram balançar a rede.
Dividindo a segunda colocação há duas duplas: Thiago Ribeiro e Lucas Pratto, do Atlético-MG, e Dudu e Rafael Marques, do Palmeiras, cada uma com 17 finalizações em conjunto.
Mas Renato Augusto está ausente da dupla que, unida, mais gols conseguiu: a honraria está com a parceria Elias e Jadson.
Jadson leva vantagem sobre Renato Augusto nas estatísticas de ataque, como gols e assistências
Se a tradição impedir que o prêmio de melhor do Brasileirão-2015 seja dividido entre os dois, há números de sobra a apontar Jadson como mais decisivo, começando pelo fato de o meia aparecer como segundo maior goleador do Brasileirão.
Jadson tem dez assistências para gols de companheiros e é o vice-líder da artilharia com 12 gols.
Participou diretamente de 22 gols; Renato Augusto tem cinco assistências e marcou cinco gols. Participou de dez. Em dois desses gols, um deu a bola para o outro marcar. Somados, então, participaram de 30 dos 57 gols do Timão no nacional.
De cada dez gols conquistados pelo Corinthians, no Brasileirão, eles participam de cinco, mas o arredondamento para seis até seria merecido por haver outros gols com participação deles, apesar de não serem assistências diretas: um gol contra feito por lateral do Sport ao tentar interceptar um lançamento de Jadson para Malcom, dois escanteios cobrados por Jadson que viraram gol após a defesa rebater... Contra o Atlético-PR, por exemplo, Jadson bateu o escanteio que resultou no gol de Renato Augusto, mas a assistência contou para Gil. São quatro gols em que Jadson levantou a bola que acabou indo para o gol, mas não teve assistência computada.
Com as dez vezes em que mandou a bola diretamente para um companheiro mandar para a rede, Jadson virou o líder em assistências para gol do Brasileirão-2015.
Um dos motivos de ser tão difícil anular o meia corintiano é que ele se movimenta muito, fazendo três assistências do lado esquerdo, duas pelo meio e cinco pela direita.
Outro é sempre haver alguém já esperando que Jadson surpreenda os adversários se deslocando ou fazendo um passe improvável.
Mas a marca de dez assistências para gols é ainda mais significativa porque nada menos que oito foram conseguidas quando o Timão estava empatando o jogo ou perdendo por um gol de diferença.
São lances considerados pelo Espião Estatístico como decisivos porque levam o time a melhorar sua pontuação na classificação do campeonato no momento em que são marcados, já que ao menos teoricamente nesses momentos o jogo estaria muito mais pegado do que quando a vantagem já é de dois, três ou quatro gols.
Contando gols e assistências, Jadson participou de 14 lances considerados decisivos (vale lembrar que apesar de ter batido o escanteio que Gil desviou para Renato Augusto abrir o placar contra o Atlético-PR, esse lance não está contabilizado para Jadson).
Quem mais se aproximava dessa marca é o meia Diego Souza, do Sport, com participação em 11 gols decisivos.
Além disso tudo, o desempenho de Jadson tem mais uma virtude: as dez assistências para gols foram feitas para nove parceiros diferentes, variação que dificulta demais o trabalho das defesas adversárias, que têm maior dificuldade ao tentar prever o que poderá acontecer em campo.
Essa variação levou Jadson a se destacar também como o jogador que mais vezes colocou a bola para seus companheiros fazerem finalização: foram 86 finalizações após passes de Jadson.
O segundo colocado, com 65 assistências para finalizações, é Lucas Lima, do Santos.
Renato Augusto, por sua vez, colocou 34 bolas para outros concluírem, a metade do segundo colocado.
Além de ter feito menos assistências para finalizações e também para gols, Renato Augusto participou de bem menos lances decisivos do que Jadson.
Dos cinco gols que Renato Augusto marcou, três são considerados decisivos: o que abriu a goleada sobre o Atlético-PR, no último domingo, o que empatou o jogo contra o Grêmio em 1 a 1, na rodada 24, e o que abriu o placar na vitória por 3 a 0 sobre o Vasco, na rodada 16.
Das cinco assistências para gol, apenas uma, na vitória sobre a Chapecoense por 3 a 1, na rodada #21, foi decisiva.
A vantagem de Jadson na participação em lances decisivos é de 11 a quatro.
Uma diferença muito significativa, que junto com a vice-artilharia do Brasileirão o tornam um fortíssimo candidato a melhor do Brasileirão-2015.
Isso no caso de o prêmio não ser compartilhado entre os dois, o que seria uma homenagem mais do que justa pelo que a dupla dinâmica fez na temporada.
...
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Bruno Marques, Davi Barros, Guilherme Marçal, Gustavo Pereira, Igor Gonçalves, Leandro Silva, Pedro Lopes, Roberto Teixeira e Valmir Storti.