Câmara define nesta terça comissão que analisará impeachment de Dilma 08/12/2015
- G1-Brasília
A Câmara dos Deputados deverá definir na tarde desta terça-feira os nomes que vão integrar a Comissão Especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Com 65 deputados, o colegiado poderá recomendar ou não ao plenário da Casa o afastamento da presidente, por suposto crime de responsabilidade no exercício do mandato.
Até as 14:00, os líderes dos partidos poderão indicar os deputados, em número proporcional ao tamanho de suas bancadas.
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Até o momento, vários partidos já escolheram seus representantes, mas há impasse em alguns, principalmente no PMDB e PP, que abrigam oposicionistas que ficaram de fora e querem participar.
Depois de instalada, a primeira tarefa da comissão será eleger um presidente e um relator.
O primeiro vai comandar as sessões e o segundo vai elaborar o parecer com as conclusões.
A comissão será eleita por votação.
Inicialmente prevista para a noite de ontem, a sessão para escolha dos nomes foi adiada por decisão do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Ele alegou que não havia quórum suficiente na sessão convocada e que líderes de partidos oposicionistas decidiram apresentar uma chapa para concorrer à oficial.
Na semana passada, os líderes partidários, incluindo da oposição, haviam acordado que iriam indicar os integrantes para formar uma chapa única.
Ontem, oposicionistas acusaram o governo de agir para pressionar os partidos a escolherem parlamentares mais sintonizados com o Palácio do Planalto e pleitearam o direito de apresentar uma chapa avulsa.
A polêmica é que, ao tratar do rito do impeachment, o regimento interno da Câmara não especifica como será a eleição para a comissão especial.
Por se tratar de uma eleição, a Secretaria-Geral da Mesa Diretora usa por analogia as regras para a eleição do comando da Câmara, que prevê a apresentação de diferentes chapas.
Por ser uma eleição, argumenta-se que não se poderia impedir a participação de adversários.
Rito
A partir da instalação da comissão, Dilma terá 10 sessões da Câmara (ordinárias ou extraordinárias) para apresentar sua defesa.
Depois, a comissão terá cinco sessões para votar parecer favorável ou contrário à instauração do processo, decisão que dependerá do voto.
O parecer segue depois para o plenário.
A instauração do processo depende dos votos de 342 deputados.
Se for aprovada, Dilma precisará se afastar por 180 dias e o processo segue para o Senado, a quem é dada a palavra final sobre o afastamento permanente da presidente.
Veja abaixo quais nomes já foram anunciados por cada legenda:
PT (8 vagas; 8 indicados)
Henrique Fontana (RS)
Arlindo Chinaglia (SP)
Sibá Machado (AC)
José Guimarães (CE)
Paulo Teixeira (SP)
Wadih Damous (RJ)
José Mentor (SP)
Vicente Cândido SP)
PMDB (8 vagas; 8 indicados)
Leonardo Picciani (RJ)
Daniel Vilela (GO)
Hildo Rocha (MA)
João Arruda (PR)
José Priante (PA)
Rodrigo Pacheco (MG)
Washington Reis (RJ)