Na teoria, Grêmio e Palmeiras terão vida dura na Libertadores 24/12/2015
- Blog de Daniel Cassol - Yahoo Esportes
A Conmebol realizou na noite desta terça-feira, no Paraguai, o sorteio dos grupos da Libertadores de 2016. Na teoria, Grêmio e Palmeiras foram são os clubes brasileiros com vida mais difícil na competição. Mas isso, na teoria.
No grupo 6, o Grêmio vai encarar dois campeões de Libertadores e duas altitudes consideráveis.
Campeão em 2014, o San Lorenzo perdeu o técnico Edgardo Bauza, no São Paulo, e contratou Pablo Guede, que fez um trabalho interessante no modesto Palestino do Chile.
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O outro campeão no grupo gremista é a LDU de Quito, do também argentino Cláudio Borghi, que já treinou a seleção chilena e clubes como Colo Colo, Independiente e Boca Juniors.
Em Quito, além do sempre atrevido time da LDU, o Tricolor enfrentará a altitude de 2.850 metros em relação ao nível do mar, que já faz algum estrago.
Por fim, o Toluca não tem tradição em Libertadores, mas complica na questão logística: além da longa viagem ao México, o Grêmio jogará na altitude de 2.667 metros.
Já o grupo 2, do Palmeiras, parece difícil a uma primeira vista, mas é preciso ponderar algumas questões.
O Nacional é tradicionalíssimo em Libertadores e foi homenageado, durante o sorteio, por suas 20 participações consecutivas.
Por outro lado, suas campanhas têm sido péssimas nos últimos anos.
O Rosário Central pode ser um mandante complicado no Gigante de Arroyito, mas não tem grande tradição na Libertadores -- em sua última participação, em 2006, ficou em último lugar no grupo do Palmeiras.
Caso passe pela pré-Libertadores, a Universidad de Chile pode dar uma encorpada no grupo, mas vale lembrar que, neste ano, ficou em último no grupo do Inter, com apenas uma vitória.
No grupo do Atlético Mineiro, é de se destacar o reencontro com o Colo Colo, que não se classificou para as oitavas em 2015, mas ficou com o mesmo número de pontos do Galo.
E o possível enfrentamento com o Guaraní do Paraguai, que eliminou o Corinthians este ano, mas agora vem sem seu goleador, Fernando Fernández, contratado pelo Tigres, além do treinador espanhol Fernando Jubero, que deixou o clube ao final da temporada.
Para o Corinthians, o adversário mais difícil deve vir da pré-Libertadores, onde está o Independiente Santa Fe, atual campeão da Sul-Americana.
Cerro Porteño é um clube com sede de vencer uma Libertadores, mas lhe falta poder financeiro e qualidade técnica.
Resta saber se o Cobresal, do Chile, vai poder mandar seus jogos no estádio El Cobre, em meio ao deserto, a mil quilômetros da capital Santiago.
Por fim, o São Paulo pegou um dos adversários mais fáceis na pré-Libertadores: o Cesar Vallejo, do Peru, joga ao nível do mar e não conseguiu se classificar para a fase de grupos em sua última participação na Libertoadores, em 2013, tendo sido eliminado para o Tolima.
Se passar, o Tricolor cai no grupo do atual campeão, River Plate, e encara a altitude de La Paz, contra o The Strongest.
Os grupos de Grêmio e Palmeiras são mais difíceis, mas na prática essa história de “grupo da morte” tem significado pouco para os brasileiros.
Porque, na prática, tudo é uma questão de vencer os três jogos em casa e especular pontos fora.
E gremistas e palmeirenses têm plenas condições de fazer isso, embora para o Grêmio as longas viagens e os jogos na altitude possam representar um problema de fato.
Mas é bom lembrar que, em 2013, o Grêmio caiu no “grupo da morte”, com Nacional, Newell’s e Atlético Nacional, e se classificou com folga.
Outra questão importante de lembrar é que a Libertadores começa nas oitavas de final e, na primeira fase, o que vale é se classificar.
Os dois últimos campões -- San Lorenzo e River Plate -- terminaram a fase de grupos na penúltima e na úlima colocação.