Falta de produtos no supermercado cai 29/06/2016
- MARIA CRISTINA FRIAS - FOLHA DE S.PAULO
A falta de produtos nas prateleiras dos supermercados diminuiu em maio, segundo levantamento da Neogrid.
A ruptura, como é chamada a ausência de itens nas gôndolas, recuou de 13,1%, em janeiro, para 10% em maio — é o menor índice registrado neste ano pela pesquisa, feita em 10 mil estabelecimentos de todo o país.
"Os varejistas percebem que as promoções que fizeram para manter o cliente deram resultado, notam um consumo crescente embrionário", diz Robson Munhoz, diretor da empresa que monitora estoques e vendas.
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Além disso, há uma demanda mais estabilizada e o aumento da disposição do empresário para estocar, diz.
Apesar da melhora, a falta de itens nos supermercados permanece alta, afirma Munhoz. "Historicamente, o varejo registrava indicadores de ruptura em torno de 8%."
Os dados mais recentes apontam que as vendas do setor supermercadista acumulam alta de 0,24% de janeiro a abril, em relação a igual período de 2015, já descontada a inflação, segundo a Abras (que representa o setor).
Após a troca de governo, houve um aumento de confiança do empresariado e uma maior disposição para investimento em produtos variados, o que acabou por reduzir as baixas nas prateleiras, avalia o executivo.
De março a maio, o setor de higiene e beleza foi o que apresentou a maior redução de faltas, uma queda de 1,69%. Já o de alimentos teve o resultado mais alto, 10,57%.
CARRINHO GOURMET
A rede de supermercados Muffato vai passar a ter unidades com conceito gourmet. A marca testará o formato em uma loja-piloto instalada em um shopping de Londrina, no Paraná.
"Se a ida ao restaurante diminuiu, o consumo de alimentos de alto padrão em casa cresceu. A ideia é ter um espaço com vinhos e carne angus", diz Everton Muffato, diretor da varejista.
Além da loja conceitual, o grupo deve investir R$ 70 milhões até o fim deste ano, com a abertura de mais três lojas, um supermercado no interior paranaense e dois atacarejos em Curitiba.
"O formato ganhou visibilidade com a crise. O cliente consegue economizar até 15% nas compras."
Raio X
11 MIL é o número de funcionários
46 UNIDADES tem o grupo, no PR e em SP
R$ 4,1 BILHÕES foi o faturamento em 2015.
FUSÕES
Entre janeiro e maio deste ano, a quantidade de fusões e aquisições caiu 27% em relação ao mesmo período de 2015. O número de operações, 244, é o mais baixo desde 2009, quando a crise financeira dos EUA era sentida.
Entre 2010 e 2015, a média de transações desse tipo foi de 326. Os dados são da consultoria e auditoria PwC. A queda é reflexo das incertezas econômicas e políticas que começaram em 2014, diz o sócio Rogério Gollo.
Os primeiros que diminuíram o volume de operações foram os fundos brasileiros. "Quando as dúvidas políticas se acentuaram, os estrangeiros também reduziram compras", afirma o executivo.
Para os fundos de fora, os preços só ficaram mais atraentes nominalmente, diz.
"As incertezas tornam difícil o cálculo de retorno de investimentos. Em negócios, essa é a conta que determina se a aquisição é barata."
Pode haver recuperação neste ano - segundo Gollo, investidores aguardam a decisão sobre o impeachment.
As análises de transações devem mudar, afirma André Pimentel, da Performa Partners, que dá suporte a processos de fusões. "Não se avalia mais [preço] com base no passado recente."
COMIDA FRESCA
O mercado de ração gourmet para bichos de estimação nos Estados Unidos alcançou US$ 13 bilhões (R$ 43 bilhões) em 2015, aponta um levantamento da consultoria Gfk.
O principal tipo de alimento dessa categoria é o dos naturais, seguido das rações que não contêm grãos.
Os donos dos bichos têm consciência dos benefícios de comer de forma saudável e, agora, é o tipo de produto que querem para seus animais, segundo o estudo.
Essa categoria de ração tem uma maior fatia de mercado nos EUA, mas há expansão em países como China, Inglaterra, França e Espanha.
TRANSPORTE DE CARGAS
A base de clientes importadores da Santos Brasil teve alta anual de 8% no primeiro semestre deste ano para cerca de mil companhias. Com a perspectiva de retomada das importações, a meta é fidelizar a clientela.
O recém-criado serviço de transferência de cargas de contêineres de transporte marítimo para os da própria Santos Brasil poderá ajudar a cortar gastos, segundo a operadora. A armazenagem no terminal evitaria multas.
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*COM FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS E TAÍS HIRATA