Preço sobe, e receita externa do agronegócio melhora 02/08/2016
- Mauro Zafalon - Folha de S.Paulo
O desempenho dos produtos básicos, principalmente os do setor agropecuário, ficou acima do que se esperava nos sete primeiros meses deste ano na balança comercial brasileira.
Recuperação parcial de preços externos e volumes maiores exportados em diversos segmentos renderam mais ao país.
Já minério de ferro e petróleo, devido à não recuperação dos preços, continuam com desempenho inferior ao de igual período de 2015.
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A soja, o principal item da balança comercial, obteve, em julho, preço 10% superior ao de igual período de 2015.
Com a recuperação de preços, a receita acumulada no ano soma US$ 16,3 bilhões, superando em 4% a de igual período do ano passado.
O aumento das receitas ocorre também devido à aceleração do volume exportado. Saíram 44,4 milhões de toneladas de soja em grão do país, 9% mais do que em igual período de 2015, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Volume e recuperação de preços permitiram ao complexo soja (grão, farelo e óleo) atingir US$ 20 bilhões de receitas neste ano.
O açúcar também é outro destaque do setor agropecuário da balança comercial. O volume de açúcar do tipo bruto exportado em julho supera em 15% o de igual mês de 2015. Já o de açúcar refinado avançou 33%.
A recuperação da produção brasileira e a melhora dos preços externos –devido à volta do deficit entre oferta e demanda– fizeram com que a commodity rendesse US$ 5 bilhões neste ano, 16% mais do que de janeiro a julho do ano passado.
O milho, produto que entrou na lista dos mais exportados nos dois últimos anos, soma 13,3 milhões de toneladas até julho, 102% mais.
As receitas deste ano com o cereal já somam US$ 2,2 bilhões, 83% mais do que as de janeiro a julho de 2015.
O câmbio favorável impulsionou também as vendas externas de etanol. As receitas com as exportações somam US$ 590 milhões, 59% mais do que as de janeiro a julho do ano passado, segundo os dados da Secex.
SOJA
Os custos para a produção de soja serão de 35 sacas por hectare na safra 2016/17, sobrando como margem bruta média outras 17 sacas.
Os dados são da consultoria Céleres, de Uberlândia (MG), e, se confirmados esses valores, a margem cairá 8% em relação à da safra 2015/16. A safra a ser plantada não terá a sustentação do câmbio.
Na avaliação da Céleres, os produtores brasileiros de soja vão semear 33,8 milhões de hectares nesta safra, 2,6% mais do que na anterior.
CELULOSE
O ritmo crescente dos preços externos foi interrompido. A queda de 15% no valor médio da tonelada em julho, ante igual período anterior, derrubou as receitas do mês em 9%.
No ano Apesar da queda nos preços no mês passado, as exportações acumuladas do ano atingem receitas de US$ 3,2 bilhões, 3% mais do que as dos sete primeiros meses de 2015.
CARNES
As exportações de carnes "in natura" somam US$ 6,7 bilhões no ano, valor próximo do de 2015.
As receitas com frango são de US$ 3,5 bilhões; as com carne bovina, US$ 2,5 bilhões, e as com carne suína, US$ 685 milhões.
SAFRA BOA
As condições boa e excelente do milho e da soja somam 76% e 72% nos EUA. Em 2015, eram 70% e 63%, respectivamente.