Em Corumbá, boliviana que autorizou plano de voo da Lamia tenta pedir refúgio no Brasil 06/12/2016
- FOLHA DE MS
Celia Castedo Monasterio, funcionária da Aasana (Adminstração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia), responsável pela liberação do voo da empresa Lamia que saiu de Santa Cruz de La Sierra na Bolívia com direção ao aeroporto de Medelin na Colombia, e que caiu com 77 pessoas a bordo, incluindo 19 atletas do Chapecoense e toda comissão técnica além da tripulação e 21 profissionais da imprensa esportiva, está em Corumbá onde pleiteia junto a justiça brasileira o pedido de refúgio.
Ela foi afastada do trabalho e o Ministério Público boliviano teria apresentado uma notícia-crime contra a controladora do voo por “não cumprimento de deveres” e “atentado contra a segurança dos transportes”.
Ocorre que Célia alega em sua defesa que teria alertado as autoridades e representantes da empresa Lamia, de que o abastecimento de combustível da aeronave seria insuficiente para chegar a Medelin em caso de ocorrer alguma emergência na viagem, mesmo assim, após insistir e apontar os erros no plano de voo da aeronave, ela autorizou a saída.
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Célia chegou a Corumbá onten, segunda-feira, por volta das 08 horas da manhã e teria ido diretamente a Delegacia da Polícia Federal onde entrou em contato com o setor de imigração.
Como o setor só inicia o atendimento ao público as 09 horas, ela e seu advogado teriam se dirigido até a sede do Ministério Público Federal de Corumbá onde foram atendidos pela procuradora do MPF Gabriela Tavares, eles teriam solicitado informações sobre os trâmites legais para pedido de refúgio no país.
A mulher permaneceu no prédio da MPF até as 22 horas, quando foi encaminhada por uma viatura até a sede da Polícia Federal em Corumbá onde, segundo o delegado Sergio Luís Macedo, o pedido de refúgio será formalmente efetuado.
O Ministério Público Federal se manifestou através de nota emitida em seu endereço eletrônico na internet, onde afirma que medidas cabíveis serão solicitadas aos órgãos federais competentes.
“A boliviana C.C.M foi atendida na Procuradoria da República no município de Corumbá/MS. A Secretaria de Cooperação Internacional da Procuradoria-Geral da República, em coordenação com as procuradoras Gabriela Tavares e Maria Olívia, vai solicitar aos órgãos federais competentes as medidas cabíveis, conforme as normas internacionais e o direito brasileiro.
C.C.M. trabalha na Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia (Aasaana) e teria apontado problemas no plano do voo que transportava a delegação da Chapecoense, jornalistas e tripulantes para a cidade de Medellín, na Colômbia, em 28 de novembro.
A Aasaana teria enviado ao Ministério Público boliviano notícia-crime por “não cumprimento de deveres” e “atentado contra a segurança dos transportes” e estaria suspensa de suas funções por suspeita de negligência.
Amanhã, quarta, dois procuradores brasileiros participarão de reunião de trabalho com membros dos Ministérios Públicos boliviano e colombiano, que trabalham na investigação sobre o acidente do voo CP2933 da Lamia”.
Célia Castedo chegou na sede da Polícia Federal de Corumbá dentro de uma viatura sem falar com a imprensa. As autoridades não confirmaram se a operadora de voo permanece na cidade.