Casamentos e divórcios crescem em 2006, aponta IBGE 06/12/2007
- Jacqueline Farid, da Agência Estado
Pesquisa de Registro Civil mostra aumento de 6,5% nos matrimônios e de 7,7% nos divórcios no ano passado
O número de casamentos entre a população brasileira continuou em trajetória de expansão em 2006. Ao mesmo tempo, o número de pessoas divorciadas no País também cresceu. Os dados constam da pesquisa Registro Civil, divulgada nesta quinta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano passado, o total de casamentos no Brasil foi de 889.828, número 6,5% maior do que o apurado no ano anterior, confirmando a tendência de crescimento que vem sendo registrada no País desde 2002. Por outro lado, o número de separações judiciais cresceu 1,4%, enquanto o número de divórcios aumentou 7,7% no mesmo período.
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Segundo o documento de divulgação da pesquisa, o aumento dos casamentos pode estar relacionado à legalização de uniões consensuais. Além disso, os pesquisadores atribuem a expansão também à realização de casamentos coletivos, que têm o atrativo da redução de custos.
De acordo com os técnicos da pesquisa, a questão dos custos é responsável também pela realização do maior número de casamentos em dezembro, quando o pagamento de 13º salário e outros benefícios aumentam a disponibilidade financeira.
A pesquisa mostra que, em 2006, do total de casamentos realizados, 85,2% ocorreram entre solteiros. No entanto, houve declínio nesse tipo de casamento, que em 1996 representava 90,9% do total.
Por outro lado, é crescente a proporção de casamentos entre indivíduos divorciados com cônjuges solteiros. O porcentual de homens divorciados que casaram com mulheres solteiras passou de 4,2% do total de casamentos realizados no País em 1996 para 6,5% em 2006. Também houve aumento do porcentual de casamentos entre cônjuges divorciados, de 0,9% em 1996 para 2,2% em 2006.
O IBGE calculou também a idade média do primeiro casamento que, para os homens, era de 28,3 anos e, para as mulheres, de 25,4 anos.
Divórcios
A pesquisa revela ainda, no que diz respeito à faixa etária dos casais nas separações judiciais e nos divórcios, que as médias de idade eram mais altas para os divórcios. Para os homens, as idades médias foram de 38,6 anos, na separação judicial, e de 43,1 anos, no divórcio. As idades médias das mulheres foram de 35,2 na separação e 39,8 anos no divórcio.
A análise das dissoluções dos casamentos, por divórcio, segundo o tipo de família, mostrou que, em 2006, a proporção dos casais que tinham somente filhos menores de 18 anos de idade foi de 38,8%, seguida dos casais sem filhos com 31,1%.
Nascimentos
A proporção de registros de nascimentos em mães adolescentes (menores de 20 anos) permaneceu praticamente estável em 2006 (quando 20,5% dos nascimentos eram de filhos de mães dessa faixa etária) em relação a 2005 (20,7%), mas ainda está acima do porcentual observado em 1996, de 19,9%.
A única região a mostrar aumento no porcentual de filhos de grávidas adolescentes foi a região Norte (24,8% em 2005 e 25,4% em 2006). Houve recuo, de um ano para o outro, nas regiões Nordeste (23,7% para 23,4%), Sudeste (18,4% para 17,5%) e Centro-Oeste (21,7% para 21,2%) e estabilidade na região Sul (19,0% nos dois anos).
Entre os Estados, em 2006, a maior proporção de registros de nascimentos em mães menores de 20 anos ocorreu no Maranhão (27,6%) e no Pará (26,8%), enquanto as menores proporções estavam em São Paulo (16,6%) e no Distrito Federal (15,3%).
Segundo observam os técnicos do IBGE no documento de divulgação da pesquisa, a maternidade de jovens menores de 20 anos cria ¨um agravamento da vulnerabilidade social¨ das crianças e das famílias.
No total, foram registrados 2.799.128 milhões de nascimentos em todo o País em 2006, cerca de 75 mil a menos do que no ano anterior (2.874.753), ou uma queda de 2,6%.