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DIA A DIA

Governo avalia aumentar impostos sobre combustíveis
16/03/2017 - ESTADÃO CONTEÚDO

A elevação de PIS e Cofins sobre a gasolina e diesel é a alternativa de alta de tributo considerada mais viável pela área técnica do governo para ajudar no cumprimento da meta fiscal deste ano.

A medida pode garantir uma arrecadação extra de 3 bilhões de reais em 2017.

Apesar da promessa do presidente Michel Temer de não aumentar a carga tributária no seu governo, a alta de tributos está na mesa de discussão da equipe econômica como uma das opções para ajudar a tapar o buraco de 40 bilhões de reais nas contas do governo.


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É o que falta de receita para fechar o Orçamento dentro da meta fiscal, que prevê déficit de 139 bilhões de reais nas contas.

Ontem, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o corte no Orçamento, que deve ser anunciado na próxima semana, poderá ser reduzido ao longo do ano com o aumento de impostos.

De acordo com ele, com o relatório de receitas e despesas, também será anunciado se haverá ou não a necessidade de aumento de impostos e quais as propostas do governo para a alta de tributos.

Entre as propostas entregues pela área técnica estão também o aumento de IOF sobre algumas operações de câmbio e de crédito e a reoneração da folha de pagamento.

No entanto, esta última é considerada bem mais complexa, pois depende de aprovação de projeto de lei ou medida provisória.

O aumento de PIS e Cofins sobre combustíveis e do IOF pode ser feito por decreto, o que evitaria discussões no Congresso neste momento conturbado da política.

A elevação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide, o imposto sobre gasolina), além de ter de ser aprovada pelos parlamentares, só poderia entrar em vigor depois de três meses da data da aprovação.

A insuficiência de caixa terá de ser coberta com corte de despesas, receitas extraordinárias já esperadas com os programas de repatriação e de regularização tributária e, agora, com a provável alta de impostos.

Segundo Meirelles, o governo trabalha com a expectativa de arrecadar 7 bilhões de reais para União com a repatriação.

A equipe econômica não quer correr risco de ter de mudar a meta fiscal ao longo do ano.

Mas enfrenta a dificuldade de ter de trabalhar num ambiente de grande incerteza de receitas – inclusive da arrecadação com concessões e privatizações – prevista no Orçamento aprovado pelo Congresso.

O aumento de impostos pode reduzir a necessidade de um corte maior.

O Estadão apurou que foram apresentadas várias propostas de aumento de impostos, mas a definição só ocorrerá na semana que vem, depois que Meirelles voltar da reunião do G-20, na Alemanha.

Há diversas propostas circulando.

A estratégia é que o contingenciamento fique mais próximo de 30 bilhões de reais, disse uma fonte da equipe econômica, acrescentando que os valores estão cercados ainda de uma “margem de grande incerteza”.

IOF

A elevação do Imposto de Operações Financeiras (IOF) sobre algumas operações de câmbio, que hoje já são tributadas em 0,38%, e de crédito, que hoje não são tributadas, também estão em análise.

Entre elas, crédito rural e do BNDES.

Elas poderão garantir mais 1,2 bilhão de reais este ano, se começarem a vigorar em 1.º de abril.

Em 12 meses, a medida garante cerca de 1,6 bilhão de reais.

Para o economista Raul Velloso, esse é o pior momento para aumento de impostos, pois iria punir alguns segmentos da sociedade por uma busca de cumprimento da meta de déficit primário que não justifica o esforço, além de destoar da política anunciada anteriormente, de estabelecer um limite de gastos por parte do governo.

Na contramão, o professor da EPGE/FGV Antonio Carlos Porto Gonçalves diz que um aumento pontual de impostos poderia acelerar a política de corte de juros sem minar a volta da disposição para o consumo da sociedade ou a volta do investimento.


  

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