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DIA A DIA

Por apoio, agronegócio cobra compromisso de candidatos à Presidência
29/08/2018 - Camila Turtelli e Paulo Beraldo - O Estado de S.Paulo

O combate à criminalidade no campo, reformas tributária e previdenciária, priorização do seguro rural e revogação de tabelamento de frete rodoviário são algumas das demandas do agronegócio para o próximo presidente da República.

Elas serão apresentadas nesta quarta-feira, 28, aos candidatos nas eleições 2018 no documento O Futuro é Agro – 2018 a 2030, em uma rodada de sabatinas na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.

Participam do encontro os candidatos do PSDB, Geraldo Alckmin, do MDB, Henrique Meirelles, do Podemos, Alvaro Dias, e da Rede, Marina Silva.


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Dois presidenciáveis não devem comparecer – Ciro Gomes (PDT), que tem como sua vice a ex-presidente da CNA, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), e Jair Bolsonaro (PSL), que deve participar de feira agropecuária no Rio Grande do Sul.

O texto foi elaborado pelas 15 entidades que integram o Conselho do Agro. “Com todas essas entidades representativas fica muito mais fácil para cobrarmos o próximo presidente destas propostas”, diz o presidente da CNA, João Martins.

Na avaliação do diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Cornachioni, o encontro com os presidenciáveis evidencia o protagonismo do agronegócio.

“Se olharmos a eleição de 1990, o agronegócio não era 30% do que é hoje. Em poucos anos, o setor ganhou os holofotes”, afirma Cornachioni.

Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz, está cada vez mais claro que o setor assumiu protagonismo na agenda política nacional.

“O setor tem muita força e precisamos ser ouvidos.”

DEMANDAS

O setor pede que o próximo governo promova a reforma da Previdência para atenuar o déficit nas contas públicas, além da modernizar o sistema tributário, com simplificação, unificação e redução do número de tributos.

Uma das propostas é unificar a alíquota interestadual do ICMS e realizar sua cobrança no destino.

O setor quer também ampliar e diversificar suas fontes de financiamento, inclusive com recursos externos, viabilizando a emissão de títulos do agronegócio em moeda estrangeira.

Em relação ao mercado externo, com a China, por exemplo, a proposta é estabelecer o Acordo de Facilitação de Comércio para eliminar entraves burocráticos entre os dois países.

Sobre a Aliança do Pacífico, a proposta é promover maior integração dos mercados de capitais, infraestrutura e logística e a harmonização dos processos de importação, exportação e trânsito aduaneiro.

As entidades pedem ainda a aplicação efetiva do Novo Código Florestal (Lei 12.651/12) e a aplicação de leis para coibir as invasões às propriedades privadas, além da criação de um marco regulatório das reintegrações de posse.

“Precisamos ser competitivos e para isso temos de ter condições para isso”, disse Martins.

CRIMINALIDADE NO CAMPO

Para as entidades, a segurança no campo é uma das principais preocupações.

O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Algodão (Abrapa), Arlindo Moura, afirma que já teve prejuízos de R$ 8 milhões em três invasões em suas propriedades nos últimos anos e diz que casos similares são comuns entre seus associados.

“Antes não era assim. Hoje, a insegurança e a criminalidade estão entre as maiores preocupações de muitos agricultores”, diz Moura.

Avaliação semelhante tem o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Arnaldo Borges, a principal entidade da pecuária nacional.

Borges relata que alguns criadores têm pensado em deixar a atividade diante da criminalidade.

"Nossos campos e nossa produção não podem continuar desprotegidos, reféns de quadrilhas especializadas e violentas", diz.

Ele pede mais policiamento no campo, em especial nas áreas de fronteira, por onde os produtos roubados são desviados.

O coordenador da área agropecuária da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Paulo Nascimento, afirma que a segurança se tornou prioritário de Norte a Sul do País.

"A sensação de insegurança nas áreas produtoras é nítida em todos os Estados em que atuamos", diz.


  

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