capa | atento olhar | busca | de última! | dia-a-dia | entrevista | falooouu
guia oficial do puxa-saco | hoje na história | loterias | mamãe, óia eu aqui | mt cards
poemas & sonetos | releitura | sabor da terra | sbornianews | vi@ email
 
Cuiabá MT, 27/11/2024
comTEXTO | críticas construtivas | curto & grosso | o outro lado da notícia | tá ligado? | tema livre 30.953.563 pageviews  

O Outro Lado Porque tudo tem dois, menos a esfera.

DIA A DIA

A agricultura é importante demais para se permitir que diferenças ideológicas a paralisem
04/09/2018 - Marcelo Ribeiro - ISTOÉ

É neste mês que os negócios entre a alemã Bayer e a americana Monsanto definitivamente se fundem sob uma única marca: agora será somente Bayer.

A fusão, fruto de um negócio de US$ 62,5 bilhões iniciado em setembro de 2016, vai trazer grandes transformações à empresa.

Em entrevista exclusiva à DINHEIRO RURAL, o executivo irlandês Liam Condon, 50 anos, CEO global da divisão Crop Science da nova Bayer, e membro do Conselho de Administração global da companhia, conta quais são elas e como se dará a integração das empresas.


PUBLICIDADE


Para Condon, o que vale daqui em diante será o esforço para mudar a imagem do setor de defensivos junto ao consumidor.

O futuro da nova Bayer depende dessa tarefa.

A soma das receitas das duas empresas estão hoje estimadas em US$ 23,5 bilhões, em produtos e serviços para proteção de cultivos e biotecnologias, valor que será anunciado oficialmente em setembro.

O Brasil responde por 17% dessa receita, o equivalente a US$ 4 bilhões, ou cerca de R$ 15 bilhões.

No mundo, o grupo Bayer passa a faturar US$ 54 bilhões.

A ENTREVISTA

Por que ainda hoje o consumidor é tão pouco esclarecido sobre o papel das empresas que atuam no segmento de proteção de cultivos?

– Vivemos um mundo onde a confiança em muitas instituições está no nível mais baixo de todos os tempos. Sabemos disso. A Bayer entrevistou dez mil consumidores de dez países diferentes e descobriu que, embora a maioria deles apoie as inovações que geram mais alimentos, muitos temem que as tecnologias utilizadas pelos agricultores possam prejudicar as pessoas e o meio ambiente. A mensagem não poderia ser mais clara: não é suficiente cultivar com eficiência, os consumidores precisam saber que seus alimentos são produzidos de forma segura e sustentável.

O que pode ajudar nesse processo?

– A companhia está comprometida em melhorar ainda mais seu engajamento na sociedade. O objetivo é aprofundar o diálogo. Queremos ouvir nossos críticos e trabalhar junto onde haja consenso. A agricultura é importante demais para se permitir que diferenças ideológicas a paralisem. Temos de conversar. Essa é a única maneira de construir pontes. E temos dialogado por meio de entidades, organizações não governamentais, redes sociais e demais meios de comunicação.

Como a nova Bayer se prepara para um futuro que alia biotecnologias com agricultura digital?

– A inovação é essencial para produzir alimentos mais saudáveis, seguros e acessíveis para uma população em crescimento. A combinação das duas empresas permitirá entregar mais inovação de forma mais rápida e fornecer soluções adaptadas às necessidades dos agricultores em todo o mundo. No futuro, as equipes dos laboratórios e do campo vão abordar a inovação de maneira mais holística, à medida que lidamos com os enormes desafios de uma agricultura que deve ser cada vez mais sustentável.

Mas os agroquímicos, o coração da companhia que o sr. administra, é um grande desafio global em temos de regulamentação. O que esperar de uma empresa com a atual musculatura da Bayer?

– Estudos de segurança, subjacentes ao registro de defensivos agrícolas, são usados pelos reguladores para assegurar que produtos não prejudiquem as pessoas, a vida selvagem ou o meio ambiente, quando usados com responsabilidade. Mas como o nosso sistema regulador coloca o ônus de conduzir esses estudos para o fabricante, alguns questionam se os estudos são objetivos e imparciais. Numa época de falta confiança, dizer “confie em mim” pode não parecer muito convincente. Reconhecendo que é preciso mais do que retórica, decidimos, voluntariamente, ser a primeira empresa de ciência agrícola a disponibilizar publicamente os estudos de segurança regulatória.

Desde quando a empresa adotou essa ação?

– A iniciativa de transparência foi lançada no fim de 2017 e pode ser acessada na internet, em www.cropscience-transparency.bayer.com. A ação se baseia na certeza de que a integridade de nossa pesquisa é o que nos dá confiança na segurança de nossos produtos. Ao divulgar o que já foi considerada informação confidencial, acreditamos que a população verá, por si mesma, o rigor científico nos processos. A abordagem da transparência é um passo necessário para recuperar a confiança do consumidor.

Como o sr. avalia a tendência mundial do consumidor por produtos livres de agroquímicos e alimentos não transgênicos?

– A opinião pública frequentemente fica dividida a respeito de produtos orgânicos e alimentos produzidos de forma convencional. Mas, por trás da controvérsia, há uma pergunta constante: quais os métodos e as tecnologias que podem garantir um fornecimento de alimentos saudáveis, agora e no futuro. É preciso mostrar que cultivos modificados também trás muitas vantagens para os agricultores, a população mundial e o meio ambiente.

Que dados o sr. tem sobre isso?

– Por exemplo, apenas 1% das terras agrícolas do mundo são cultivadas organicamente. São 50 milhões de hectares, ante cinco bilhões de hectares de terras destinadas às atividades agrícolas globais. A previsão de uma necessidade 50% maior de produção agrícola para 2050, segundo a Organização das Nações Unidas. Se a produtividade permanecer inalterada, sem investimentos em tecnologias como as genômicas, isso significa que será necessária uma área adicional de terras cultivadas do tamanho dos Estados Unidos.

Como mudar a imagem da indústria de agroquímicos, que é vista da mesma forma que a de tabaco?

– Nos últimos anos, a Bayer tem se engajado na “inovação aberta”, um conceito que conecta a empresa a startups e a instituições públicas para criar novas ideias. Esse é o caminho.Embora o compromisso com a pesquisa interna continue sendo essencial, sabemos que no longo prazo o conhecimento coletivo é sempre mais poderoso.

Como isso funciona?

– A estratégia amplia o ecossistema de descoberta, trabalhando em vários setores e participando de muitas parcerias diferentes. Isso nos permite acelerar o desenvolvimento de tecnologias inovadoras, necessárias para atender à crescente demanda mundial de alimentos. Os críticos da indústria acreditam que os estudos financiados por empresas estão invariavelmente contaminados. Enquanto as empresas argumentam que o financiamento público de uma pesquisa estaria sujeito à politização, o que sufoca a inovação. Isso levanta a questão: o que constitui uma “pesquisa responsável”?

Como se resolve essa questão?

– Essa questão se resolve preenchendo a lacuna entre os interesses públicos e os privados. Isso começa com a escuta das visões de cada parte e o envolvimento em conversas que tenham significado. Afinal, nós comemos a mesma comida, compartilhamos o mesmo mundo e queremos o que é melhor para os nossos filhos. Continuamos empenhados em explicar estudos e compartilhar inovações sustentáveis.

Qual a avaliação que o sr. faz sobre a técnica do refúgio nas lavouras transgênicas, ou seja, juntar a ela uma parte de plantas convencionais, já que ela vem sendo negligenciada pelos produtores.

– A estratégia de refúgio, que é uma das medidas essenciais para o manejo de resistência de insetos, nunca foi tão difundida no Brasil como atualmente. A Bayer, que possui biotecnologias, tanto no algodão como na soja, tem feito um forte trabalho de comunicação sobre a importância e as recomendações do refúgio, um trabalho desafiador no atual cenário brasileiro.

Desafiador em que medida?

– A recomendação de como implantar o refúgio depende muito do ambiente e da biotecnologia em questão. Sendo assim, as recomendações de refúgio para o Brasil podem e devem ser diferentes das recomendações utilizadas em outros países, como a Austrália, por exemplo. Isso ocorre por conta das condições ambientais, complexos de pragas que afetam a cultura e dos sistemas produtivos adotados.

Há pragas já resistentes por conta do ambiente tropical?

– Sim. No Brasil, há o caso da resistência do fungo que provoca a ferrugem asiática. De acordo com a Embrapa, danos causados por esta doença podem resultar em perdas de rendimento de até 80% de uma lavoura. Desde o surgimento do fungo nas lavouras do País, em 2001, elas estão estimadas em US$ 2 bilhões por safra.

Alguma solução à vista para diminuir esse prejuízo?

– Ainda não. Mas desde 2016, a Bayer tem uma parceria com a Embrapa para o monitoramento da sensibilidade dos fungos no campo. O plano é aprofundar os estudos genéticos da praga, a fim de entender como a resistência se desenvolve, depois de repetidas aplicações de fungicidas. Assim como em outras pesquisas, o objetivo é assegurar sustentabilidade na produção, garantindo que o produtor tenha ferramentas disponíveis para o controle das diferentes doenças da lavoura.


  

Compartilhe: twitter delicious Windows Live MySpace facebook Google digg

  Textos anteriores
30/11/2023 - Cuiabá aproveita expulsão de Martinelli e vence o Fluminense na Arena Pantanal
24/09/2023 - São Paulo 1x1 Flamengo
22/09/2023 - NÃO QUER ENTREGAR SEU DINHEIRO AO SINDICATO? LULA E O STF FARÃO VC PAGAR À FORÇA
22/09/2023 - FOME ZERO-BALA!
21/09/2023 - SIM, PASSARINHOS! &NÃO PASSARÃO!!!
18/09/2023 - JUSTÍSSIMA HOMENAGEM
18/09/2023 - APARECEU O ANTIAGRO!!!
18/09/2023 - PEGADAS VERDES
18/09/2023 - JANJECA-OSTENTAÇÃO
17/09/2023 - AGINDO COMO A JUSTIÇA DE CUBA
17/09/2023 - EM COMPENSAÇÃO...
16/09/2023 - URNAS ELETRÔNICAS
16/09/2023 - DROGAS
16/09/2023 - ACABOU A FASE DO CAGANDO E ANDANDO Botafogo perde para o Galo, em Beagá, mas ainda segue líder
16/09/2023 - É DO BALACOBACO!!!
16/09/2023 -
16/09/2023 - Maconha Faz o L com foto de Lula é apreendida em SP
16/09/2023 - O INFELIZ XADREZ DE LULA
16/09/2023 - STF deveria proibir Lula sair do País
16/09/2023 - TAÍ O LADO BÃO!!!

Listar todos os textos
 
Editor: Marcos Antonio Moreira
Diretora Executiva: Kelen Marques