PT tira nome de Lula e cor vermelha em nova marca de campanha 11/10/2018
- Ricardo Galhardo e Daniel Weterman - O Estado de S.Paulo
Reunida ontem em São Paulo, a coordenação da campanha do PT decidiu que no segundo turno a candidatura de Fernando Haddad vai ter caráter de frente política.
Para isso o vermelho do PT perdeu espaço para o verde e amarelo da bandeira brasileira no material de campanha, o slogan passou a ser "O Brasil para todos" no lugar de "O Brasil feliz de novo" e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desaparece da foto oficial.
O PSOL e o PSB foram incorporados à estrutura da campanha que já tinha PT e PCdoB.
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O próximo passo é abrir espaço para o PDT de Ciro Gomes.
Em outra frente, a campanha vai atuar na TV e nas redes sociais para desconstruir a imagem de Jair Bolsonaro (PSL).
"Agora é partir para a desconstrução, mostrar que ele é um falso nacionalista e não é contra o sistema, ao contrário, é parte do sistema", disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros.
Integrantes da campanha petista admitem que encontram dificuldades para encontrar um flanco pelo qual Bolsonaro fique vulnerável, mas orientaram a militância a explorar nas redes sociais as propostas econômicas de aliados do deputado como o candidato a vice, general Hamilton Mourão, que se manifestou contra o 13º salário e o adicional de férias.
Nos últimos dias, membros da campanha e aliados começaram a defender que Haddad se descole da imagem de substituto de Lula e mostre mais sua própria personalidade.
Em vídeos para as redes sociais, Haddad começou a se apresentar como candidato sem citar o nome do padrinho político, como fez fortemente no primeiro turno da disputa.
Lula sai dos santinhos mas continua na TV. A estratégia, segundo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, é manter Lula no centro do debate como representante de um projeto de Brasil que deu certo e que Haddad é o homem certo para executar este projeto.
"O Lula mantém a centralidade como legado, mas o desafio é mostrar que Haddad tem capacidade de implementar o projeto que Lula representa", disse Gleisi.
Segundo ela, seria uma "burrice" esconder Lula na campanha porque é o ex-presidente quem tem conexão com o povo.
Para reforçar o caráter de frente, a campanha quer aumentar sua amplitude atraindo partidos, personalidades e movimentos da sociedade.
Nas redes sociais, a ideia é que os eleitores e militantes tenham autonomia para distribuir conteúdos contra Bolsonaro e em defesa de Haddad, principalmente em grupos do WhatsApp.
O PC do B defende que o programa de governo seja resumido a poucos pontos de convergência que sirvam de guarda-chuva para abrigar forças dispostas a aderir à campanha, mas discordam do programa petista.
"O PCdoB defende que o programa tenha dois ou três pontos bastante amplos que representem a essência da campanha de Haddad. Este é um pacto democrático", disse o vice-presidente do PCdoB, Walter Sorrentino.