Com aumento da oferta, cotação do tomate registra queda no atacado 26/01/2019
- O ESTADO DE S.PAULO
O comportamento de preço das hortaliças em dezembro manteve tendência de alta para três das cinco culturas analisadas (alface, batata, cebola, cenoura e tomate) nas Centrais de Abastecimento (Ceasas).
Apenas os preços do tomate e da alface registraram queda em alguns mercados.
Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou nesta sexta-feira, 25, o 1º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) nas Ceasas do País.
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Conforme a Conab, o destaque é o tomate, por causa da mudança do comportamento de preços, de alta para baixa.
As quedas de preços em dezembro ocorreram em quatro dos seis mercados atacadistas considerados na análise.
A maior delas foi em Vitória/ES (26,10%), seguida das quedas das cotações nas Ceasas que abastecem São Paulo/SP (8,37%), Belo Horizonte/MG (7,55%), e Fortaleza/CE (3,29%).
“Este cenário está diretamente ligado ao aumento da oferta, de uma maneira geral”, informa a Conab no boletim.
As altas temperaturas sobretudo no fim do mês aceleraram a maturação do fruto obrigando o produtor a levar seu produto ao mercado, mesmo que o momento não fosse ideal, por causa da queda de preço.
Outro destaque é a cebola, pela continuação do movimento de alta de preço.
A elevação expressiva foi de 52,78% na Ceasa /CE – Fortaleza até a menor alta 12,34% na Ceasa/ES – Vitória.
Segundo a Conab, a pressão de demanda levou a uma valorização do bulbo.
“Não se pode esquecer que os novos patamares dos preços da cebola abrem espaço para a importação do produto pelo menos no primeiro semestre do ano”, comenta a Conab.
A batata teve alta de preço generalizada. As maiores delas foram na Ceasa/RJ – Rio de Janeiro (20,40%) e na Ceasa/ES – Vitória (19,23%). Os aumentos, entretanto, devem diminuir com a entrada da safra das águas.
Para a cenoura, somente em um mercado o preço caiu, na Ceasa/CE – Fortaleza (queda de 3,65%). Nas demais, as cotações da raiz apresentaram alta.
O aumento foi provocado, como na maioria das hortaliças, pela dificuldade de colheita em época de chuvas, característico do verão.
A alface foi a hortaliça que teve oscilações no movimento de preços, principalmente para baixo.
“No caso das folhosas, em especial da alface, os movimentos díspares de preço refletem de certa forma a dependência que cada mercado tem diante das produções locais, perto dos centros consumidores”, explica a Conab.
A Conab salienta que essas cinco hortaliças são as com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
FRUTAS
No segmento de frutas, o estudo também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).
Em dezembro, a maçã teve elevações pontuais de preços na maioria dos mercados, e a oferta apresentou oscilações suaves, como é característica do mercado de maçã, à exceção da queda mais acentuada na Ceagesp/ETSP (14,11%), em grande parte por causa da concorrência com as frutas características de fim de ano.
A laranja teve novamente oscilações de preços pequenas, e a oferta variou entre as Ceasas.
De acordo com a Conab, boas chuvas no mês fizeram com que o amadurecimento das frutas fosse precoce, de modo que a colheita tivesse que ser antecipada, o que levou a queda pequenas de preços em alguns mercados, mesmo com a concorrência de frutas sazonais, como ameixa e pêssego.
O mamão teve alta de preços nas Ceasas do Sudeste e alta na quantidade comercializada na maioria das Ceasas. O mamão papaia teve menor oferta, os preços subiram e os produtores puderam, com isso, obter ganhos extras.
A banana teve alta de preços em cinco Ceasas, e o volume comercializado caiu em cinco entrepostos.
A banana prata teve queda na disponibilização das frutas para as centrais atacadistas, principalmente pelas regiões produtoras do norte de Minas e Delfinópolis (MG).
Segundo a Conab, as chuvas também favoreceram o cenário de baixa oferta, ao dificultarem a logística de distribuição do produto (estradas ruins) e contribuírem para o aparecimento de doenças fúngicas, o que limitou as frutas serem postas à venda.
A melancia teve dominância de queda de preços, com elevação da oferta, com destaque para a boa produção em Itápolis (SP) e Teixeira de Freitas (BA), Encruzilhada do Sul (RS) e de Arroio dos Ratos (RS).
“Produtores da melancia gaúcha encontraram dificuldades para transportá-la, por causa da competição com outros produtos pelo frete”, conclui a Conab.
O levantamento é feito mensalmente pelo Prohort da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente pelos grandes mercados atacadistas do País, nos Estados de SP, MG, RJ, ES, PE e CE.