China confirma tarifas de até 32,4% ao frango brasileiro, mas isenta 14 empresas 16/02/2019
- O ESTADO DE S.PAULO + Agências internacionais
A China confirmou ontem a imposição de medidas antidumping sobre a importação de frango brasileiro.
De acordo com anúncio do Ministério do Comércio local, os importadores do frango brasileiro deverão pagar tarifas de 17,8% a 32,4% a partir do próximo domingo, 17. A medida terá validade de cinco anos.
No entanto, o governo chinês também informou que JBS, BRF e outras 12 empresas brasileiras conseguiram um acordo com as autoridades locais após apresentarem um “compromisso de preço” e não sofrerão a imposição das tarifas.
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Além das gigantes nacionais do setor, ficarão de fora das novas taxas os produtos das seguintes companhias: Copacol, Consolata, Aurora Alimentos, Bello Alimentos, Lar, Coopavel, São Salvador Alimentos, Rivelli Alimentos, Gonçalves e Tortola, Copagril, Vibra e Kaefer.
As isenções seguem-se a meses de negociações entre produtores brasileiros de carne de frango e a China, enquanto o Brasil buscava resolver uma questão antidumping lançada em agosto de 2017.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e o maior fornecedor estrangeiro para a China.
Uma determinação preliminar em junho do ano passado colocou impostos entre 18,8% e 38,4% sobre todas as importações chinesas de frangos de corte brasileiros.
Com a decisão final emitida pelo Ministério do Comércio, Pequim manterá as tarifas entre 17,8% e 32,4% a partir de amanhã por cinco anos.
A decisão veio depois que os preços chineses da carne de frango atingiram níveis recordes de 11,2 iuanes (US$ 1,65) por kg no final do ano passado.
A China baniu as importações de aves reprodutoras de muitos fornecedores importantes por causa de surtos de gripe aviária, prejudicando a produção doméstica.
O país é o segundo maior produtor e consumidor de frango do mundo.
A demanda por carne de frango também parece ter aumentado após os surtos de peste suína africana.
Apesar dos resultados preliminares da investigação antidumping, as exportações brasileiras de frango para a China devem apresentar alta de cerca de 10% em 2018 em relação ao ano anterior.
Mas a concorrência está aumentando, com a China no ano passado abrindo seu mercado para as importações da Rússia e suspendendo uma proibição de anos sobre a Tailândia.
“Se o mercado cair e houver uma concorrência mais forte, alguns produtos de baixo preço não entrarão no mercado”, disse uma fonte do setor familiarizada com os preços acordados.
A fonte recusou-se a ser identificada devido à sensibilidade do assunto.
O Brasil exporta principalmente pés, pernas e asas de frango para a China, produtos que estão com demanda em alta e escassos no mercado interno.