Agora com VAR: Gre-Nal volta a viver polêmicas fora de campo e apimenta final do Gauchão 16/04/2019
- Eduardo Deconto - GloboEsporte.com
Inter e Grêmio travaram um Gre-Nal 419 com "cara" de Gre-Nal: divididas por cada palmo do gramado, nervos à flor da pele e chances que bem poderiam alterar o 0 a 0 do placar final, ni domingo, no Beira-Rio, pela jogo de ida da final do Gauchão.
O clássico foi peleado dentro de campo, mas também traz polêmicas fora das quatro linhas para apimentar o duelo da volta, na próxima quarta-feira, às 21:30, na Arena.
Os lances de perigo e defesas vitais de Marcelo Lomba e Paulo Victor arrancaram suspiros das arquibancadas, mas a partida deu o que falar, mesmo, pela arbitragem de Leandro Vuaden.
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E logo em um clássico marcado pelo pioneirismo: foi a primeira vez em que o recurso do árbitro de vídeo foi efetivamente utilizado pelo árbitro em um Gre-Nal.
Tão emblemático, o VAR foi motor de uma das polêmicas do duelo: aos 10 do segundo tempo, André trombou com Rodrigo Moledo dentro da área colorada e usou o braço direito para atingir o zagueiro colorado, que desabou no gramado.
Vuaden aplicou o cartão amarelo de imediato, mas logo foi alertado pelo árbitro de vídeo para rever o lance, para analisar uma possível agressão, passível de expulsão.
O apitador fez o gesto tradicional, correu para rever o lance e manteve a decisão inicial, para revolta dos colorados. E conformidade dos gremistas.
– Não posso deixar de falar da arbitragem. Muito ruim, picotando o jogo. (O Vuaden) já teve a característica de deixar o jogo correr. Não sei para que serve o VAR. Eu não sei o que ele faz na casinha. Se ele não acha que é para expulsão, um cotovelaço no Moledo. Talvez só com um tiro – disparou o vice de futebol do Inter, Roberto Melo.
– Eu ressaltei que confiava totalmente nele (Vuaden). Não deu outra coisa. Fez uma grande arbitragem. O VAR apesar de ainda ter alguns senões, é um bem para o futebol. Quando o juiz tem uma grande arbitragem, o VAR não precisa ser usado – contemporiza o vice de futebol do Grêmio, Duda Kroeff.
O VAR pioneiro rendeu falas indignadas e uma reclamação de parte do Inter, mas o episódio que mais rendeu polêmica, ainda dentro de campo, ocorreu no primeiro tempo.
Aos 46 minutos, Víctor Cuesta dividiu com Matheus Henrique à beira do gramado, bem em frente ao técnico Renato Gaúcho.
Indignado, o treinador gremista deixou a área técnica e pisou na linha do campo para cobrar, com dedo em riste, o zagueiro argentino.
Cuesta foi contido por Edenílson, e D'Alessandro se aproximou para apaziguar Renato, enquanto alguns jogadores discutiam em um "bolo" que se formou por ali.
– A malandragem anda comigo. Não sou mais malandro que ninguém, só não sou otário. Malandro que é muito malandro acaba se atrapalhando. Ali, ele foi um pouco agressivo, só disse pra tomar cuidado. Ninguém é mais homem do que ninguém. Faz parte do jogo, é um grande zagueiro. Quarta-feira nos encontramos de novo na Arena. O Vuaden está de parabéns. Arbitragem nota 10 – disse Renato, após a partida.
O discurso do treinador gremista contrasta com a revolta do Inter pelo episódio.
Ainda durante o clássico, Odair Hellmann esbravejou contra o árbitro para cobrar a expulsão do técnico rival. O técnico colorado manteve o tom da cobrança no intervalo.
Na entrevista coletiva, o vice de futebol Roberto Melo esbravejou sobre o episódio.
– Não dá mais para admitir. Não precisa trazer o quarto árbitro. O Renato pode fazer o que quiser, invade o vestiário, o campo. O quarto árbitro morre de medo dele. Acho uma vergonha. É um líder, vitorioso, mas a regra precisa ser aplicada para todos. É um absurdo o comportamento do técnico do Grêmio, mas mais a atuação da arbitragem – reclamou .
Polêmicas e reclamações à parte, o 0 a 0 de domingo deixa a decisão aberta.
Grêmio e Inter voltam a se enfrentar às 21:30 de amanhã, na Arena.
Um novo empate no estádio gremista leva a decisão aos pênaltis. Quem vencer fica com a taça.